A Câmara Municipal de Gaia inaugurou, esta sexta-feira, o seu novo Serviço Municipal de Atendimento da Ação Social. Um novo espaço, em plena Avenida da República, no lugar de uma antiga dependência bancária.

O espaço vai reunir serviços de ação social e de atividades económicas da câmara – de que são exemplo as Águas de Gaia ou a Gaiaurb – com o objetivo de dar uma resposta centralizada e evitar que os munícipes tenham de se deslocar a vários serviços.

“Não é só um edifício que aqui se inaugura, mas um leque de respostas sociais”, referiu Eduardo Vítor Rodrigues no seu discurso. O autarca, que confessou ter neste um dos dias mais importantes do seu mandato, garante que só agora foi possível lançar o programa “por uma razão muito simples: é que não é possível apostar nas pessoas e no apoio aos mais desfavorecidos e às classes médias se previamente não tivermos condições de pagar.”

“Primeiro tivemos de arrumar a casa, fechar as gavetas e garantir que tínhamos forma de cumprir o que aqui estavamos a prometer”, afirmou.

O autarca sublinhou a importância de ter “boas contas”. Mencionou, a este propósito, as contas consolidadas da autarquia, documento que vai ser discutido e votado na próxima reunião de câmara, segunda-feira, e que traduz “uma redução de passivo de 75 milhões de euros” de 2014 para 2015.

“Desafio qualquer um a encontrar no nosso país um município que tenha feito um esforço desta envergadura para, por um lado, controlar as contas públicas, mas ao mesmo tempo manter níveis de investimento inteligente e sustentável que estão à vista”, declarou perante uma receção cheia de convidados.

Neste capítulo, Eduardo Vítor Rodrigues mencionou ainda o visto que a Câmara obteve do Tribunal de Contas para levar adiante o seu Plano de Saneamento Financeiro. “Foram quase 36 milhões de euros de limpeza de tesouraria que tivemos oportunidade de fazer. Despesas de 2005, 2006, 2007 que estavam por pagar até hoje”, elencou.

De entre as várias respostas preconizadas pelo programa “Gaia +Inclusiva”, o presidente da autarquia enumerou duas. Uma mais “tradicional”, de assistência direta, como é o caso do Fundo de Emergência Social, e outra mais adaptada aos novos tempos. “Como um programa de apoio ao arrendamento, nomeadamente para os mais jovens”.

O município propõe-se, por um lado, e em parceria com a banca, “disponibilizar para arrendamento municipal casas que estão devolutas e que dificilmente os bancos conseguem colocar no mercado”, e por outro “criar um programa de apoio ao arrendamento como forma de emancipar jovens que passam a encontrar num programa de arrendamento municipal um apoio para poderem se autonomizar e constituir a sua vida mais cedo”, declarou.

Nova plataforma para funcionar em rede

O programa “Gaia +Inclusiva” inclui instrumentos e medidas já existentes com outros “inovadores”, explicou a vereadora Elisa Cidade na cerimónia.

O plano abrange oito eixos prioritários: apoio no sobreendividamento; na carência económica e emergência social; no emprego e formação; na habitação; na saúde; na deficiência; apoio a IPSS e apoio económico a estudantes e famílias.

A vereadora destacou a importância de aproximar os serviços das populações e o trabalho dos técnicos sociais que vão “trabalhar em parceria direta com os técnicos de ação social das juntas e uniões de freguesia, da Gaiaurb, urbanismo e habitação social e Águas de Gaia, numa primeira fase, numa plataforma digital que permite o trabalho em rede, juntando-se a estes, numa segunda fase, os técnicos sociais das IPSS”, explicou.

O trabalho em rede e o cruzamento de dados são possibilidades abertas por esta plataforma digital.

O espaço, aberto esta sexta-feira no número 755 da Avenida da República, representa um investimento de 200 mil euros e vai funcionar de segunda a sexta-feira, entre as 09h00 e as 17h00. Além do patamar de receção, onde os utentes encontram um balcão, há ainda um patamar de atendimento “mais reservado”. “Muitas das problemáticas sociais assim o exigem”, disse ainda Eduardo Vítor Rodrigues.