Estão no Bonfim há cerca de um ano e meio e assumem-se como uma associação cultural, ambiental e de solidariedade social. Nos próximos dias vão estar em Amarante onde de 26 a 28 de agosto organizam o Festival Bô no Parque de Campismo Penedo da Rainha.

A Casa Bô – uma abreviatura de avô com sotaque da Invicta – quer ser uma casa de família, mas com uma extensão rural. Aqui entra Amarante – pelo menos no presente – e a aldeia da Aboadela onde membros da associação portuense andaram durante uma semana, com visitas diárias ao centro de dia e a dar uma ajuda na organização de festas populares.

A organização do Festival Bô tem por objetivo angariar fundos. “Vão ser usados, essencialmente, para financiar estas missões que temos aqui em Amarante. Se houver excedente, iremos canalizar para a Casa Bô, para o projeto no Porto, onde temos uma casa para reabilitar e, finalmente, para esta comunidade no meio rural que potencialmente será em Amarante”, explica Ângelo Lopes, presidente da associação, ao JPN.

Do programa do festival fazem parte cerca de 20 concertos e 30 atividades. No lote destas estão essencialmente oficinas – de Tango a Ritual Trance Dance, Meditação ou Artes Plásticas -, partilhas – de Parto Positivo a Astrologia – e sessões a pensar nos mais novos – de Conto de Histórias a Yoga para Crianças.

O programa só é possível com um largo número de voluntários que, de acordo com Ângelo Lopes, chega às duas centenas. Os preços variam entre os 10 (um dia) e os 25 euros (três dias) e incluem o campismo.

Trata-se de uma primeira edição, e como tal de uma nova experiência para todos. “O festival no fundo é um reflexo de tudo o que estamos a fazer no dia a dia e de tudo o que queremos fazer. Criar sinergias, dar espaço a que todos partilhem as suas valências, as suas paixões, mostrar outras possibilidades a quem venha assistir ao festival”, explica.

A ambição é a de “trabalhar para um mundo melhor” com base no “desenvolvimento social, pessoal de cada um”. Política, garantem, não está nas bases do projeto. “O que existem são valores que são universais e que estão presentes em todos os nossos princípios de intervenção. Valores como a liberdade, a partilha, o amor, o respeito”, declara o fundador da associação.

No Porto, a Casa Bô tem para oferecer ao público exposições, música, sessões de poesia todas as quartas-feiras e comida vegetariana e macrobiótica. Tal como em Amarante, também trabalham com idosos e projetam no futuro fazê-lo com crianças. É um trabalho de “integração social”.

“É um coletivo e não um sonho individual”, sublinha o fundador da associação que vê o futuro a poder passar “deste espírito comunitário para o meio rural”. “Eventualmente Amarante, ou não, vamos ver o que a vida nos reserva. E assim começarmos a trabalhar em sinergia, no meio rural e no meio urbano, com os dois polos e conseguir um cruzamento que será mais rico do que simplesmente nos isolarmos nalgum sítio”, remata.