Na conferência de imprensa anterior ao jogo, Nuno Espírito Santo estava bem consciente da dificuldade que o Estádio da Choupana normalmente constitui, dado que das últimas três deslocações do FC Porto àquele estádio saíram três resultados diferentes. Já o treinador do Nacional, Manuel Machado, assumia como meta o desejo em retardar o mais possível o regresso do FC Porto às vitórias.

As equipas apresentaram-se no jogo deste sábado com algumas alterações. O FC Porto a partir do 4-4-2 habitual, teve como principal novidade, em relação ao jogo de terça-feira, a titularidade de Diogo Jota, por troca com Adrián Lopez, sendo também realizada a troca de André André por Herrera.

A equipa madeirense foi a jogo em 3-4-3 com sete ausências, das quais se destacavam as de Vítor Garcia (substituído por Vítor Gonçalves) e a de Tiago Rodrigues, por estarem emprestados pela equipa portista, sendo também promovido o regresso de Aly Ghazal.

A primeira parte do jogo foi de alta intensidade e a fase mais decisiva do jogo, como o “hat-trick” de Diogo Jota nos minutos 11, 38 e 45. A segunda parte teve espaço para mais um golo, desta feita de André Silva, ao minuto 57 e contou com um ritmo mais lento em que a máxima era manter o controlo do jogo o mais possível.

Primeira Parte: Entrada forte e “hat-trick” ditam jogo

A primeira parte começa com uma falta cometida por Aly Ghazal sobre Otávio ao minuto 5, da qual resulta um livre direto desviado para canto. O primeiro golo de Diogo Jota, seis minutos depois, surge a partir de uma desatenção da defesa dos alvinegros. O jogador portista, assistido por Herrera, não falha e inaugura o marcador. O Nacional tenta reagir através de Salvador Agra num remate, mas sem incomodar Iker Casillas.

A metade inicial do primeiro tempo era marcada pela maior presença da equipa visitante, que jogava contra um Nacional tímido a atacar e com problemas na zona de construção de jogo, só conseguindo chegar à baliza contrária por duas vezes mas sem causar verdadeiro perigo. O segundo golo surge ao minuto 38, começando numa perda de bola de Aly Ghazal aproveitada por André Silva que conduz o lance e que assiste Diogo Jota, que aumenta o resultado no marcador para 2-0.

Para assistir ao terceiro golo dos dragões não foi preciso esperar muito tempo, já que este surgiu menos de dez minutos depois, mais precisamente ao minuto 45, fruto de um cruzamento de Miguel Layun da direita, desentendimento entre Vítor Gonçalves e Rui Silva, sobrando a bola para Diogo Jota, que observa a desatenção e aproveita para aumentar a conta pessoal na partida para três golos.

Contenção foi a palavra-chave na segunda parte

À entrada para o segundo tempo, Manuel Machado resolve fazer algumas alterações à equipa que tinha começado o jogo, saindo Aly Ghazal para a entrada de Jota e Ricardo Gomes para o lugar de Witi. O primeiro lance de algum perigo na segunda parte pertence ao Clube Desportivo Nacional, por parte de Ricardo Gomes, que num remate à entrada da área por pouco não acerta na baliza do guardião espanhol do FC Porto. A equipa de Nuno Espírito Santo responde três minutos depois, por Diogo Jota que remata à figura de Rui Silva.

Quando se esperava uma reação por parte da equipa anfitriã, surge ao minuto 57 o quarto e último golo da partida. Jogada pela esquerda, Otávio efetua um cruzamento rasteiro e André Silva, frente à baliza, não falha. Os vinte minutos iniciais da segunda parte não traziam novidades ao jogo, que se mantinha controlado e cujo ritmo continuava a ser ditado pelos visitantes.

Na segunda metade do segundo tempo, destaque para a expulsão de Tobias Figueiredo ao minuto 88, por acumulação de amarelos, e para uma bola na barra, num livre batido por Layun.

Os três pontos obtidos trazem um sabor duplo, pois além de marcar o regresso às vitórias após a derrota na Liga dos Campeões, significam também alcançar o Sporting no segundo lugar do campeonato, dado o empate da equipa de Jorge Jesus, horas antes, em Guimarães com o Vitória.

A liderança ficou com o Benfica que goleou o Feirense já este domingo pela mesma marca dos dragões na Madeira: 4-0.

Satisfação e conformismo

Nas entrevistas rápidas, o técnico do FC Porto, Nuno Espírito Santo, salientou a exibição da equipa, baseada em “uma ideia consistente, sustentada e agressiva” ao longo dos 90 minutos.

Manuel Machado acentuou a dificuldade de montar uma estrutura, dadas as ausências. Lamenta também o facto de, ao contrário de outros países, haver jogadores que não podem jogar contra os clubes de origem, levando a que os clubes mais pequenos paguem a fatura dessa regra. Considerou o resultado justo, embora pesado, e lembrou que o maior prejuízo é apenas psicológico e que a derrota não afeta as aspirações do clube no campeonato.

Ficha de jogo

Futebol Clube do Porto
Onze inicial: Iker Casillas, Miguel Layun, Felipe Monteiro, Ivan Marcano, Alex Telles, Óliver Torres, Héctor Herrera, Danilo Pereira, Otávio Monteiro, Diogo Jota, André Silva
Suplentes utilizados: Maxi Pereira, Yacine Brahimi e Rúben Neves
Treinador: Nuno Espírito Santo

Clube Desportivo Nacional
Onze Inicial: Rui Silva, Vítor Gonçalves, Rui Correia, Tobias Figueiredo, Sequeira, Aly Ghazal, César Henrique, Washington Silva, Salvador Agra, Witi e Okacha Hamzaoui
Suplentes utilizados: Jota, Ricardo Gomes e Roniel
Treinador: Manuel Machado

Artigo revisto por Filipa Silva