O Pólo Zero abre as portas este sábado. O espaço, dedicado ao estudo, ao convívio e à promoção do emprego e do empreendedorismo, vai estar aberto num horário experimental das 10h00 às 24h00, de segunda a domingo.

À margem da cerimónia de inauguração do espaço, esta sexta-feira, Daniel Freitas, presidente da Federação Académica do Porto (FAP), disse ao JPN que o horário é experimental, ficando em aberto a possibilidade de funcionar 24 horas nos períodos em que se justifique.

Daniel realça o objetivo deste projeto para a Academia do Porto e para a cidade: “Este espaço pretende ser uma verdadeira porta da FAP para a cidade, funcionando como centro catalisador da participação estudantil e de acolhimento aos estudantes.”

Marcelo quer ver mais Pólos Zero no país

A cerimónia desta sexta-feira contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: “Vir cá foi ter um dia dedicado ao Porto e à juventude.”

Em declarações ao JPN, Marcelo Rebelo de Sousa falou da importância de construir espaços semelhantes: “Espaços como este têm de se multiplicar. Onde é que os jovens se podem encontrar sem ser na escola ou nas estruturas da escola”, questiona. O Presidente da República salienta a localização central do Pólo Zero, por ser um espaço “onde podem convergir todos os estudantes das várias escolas do Porto.”

“A quimera de sonho” da FAP, 17 mandatos depois

“Este Pólo viveu como uma quimera de sonho, lançaram-se no papel palavras sobre a sua edificação, sobre os seus objetivos, sobre a sua pertinência”, afirmou o presidente da FAP, dentro do espaço.

Em 2001, o então presidente da FAP, Hugo Neto, lançou as bases do Pólo Zero e o mesmo nunca mais foi esquecido. Quatro anos depois, na reeleição de Rui Rio nas autárquicas do Porto, Rui Sá, que na altura era vereador do Partido Comunista Português (PCP), sugeriu a antiga Praça de Lisboa como local para o Pólo. Rio abraçou a ideia mas foram precisos 15 anos até à concretização do projeto. Neste período, passaram 12 presidentes pela estrutura e três reitores pela Universidade do Porto (UP).O acordo da FAP com a Câmara para a cedência do espaço agora ocupado foi assinado em 2013 e as obras começaram dois anos depois.

No início do milénio a Internet não era tão acessível aos estudantes como é hoje, mas em 2016 o cenário é diferente e o conceito do Pólo Zero também. Se dantes a intenção era proporcionar aos estudantes um espaço de estudo com acesso à Internet, Daniel refere que os objetivos mudaram: “Este espaço materializa-se como um espaço de estudo, de convívio e de lazer. De fomento da tecnologia e da prática do associativismo. Mais do que isso, o Pólo Zero deve ser um verdadeiro conceito multifacetado, de compromisso dos estudantes com a cidade do Porto e da cidade com os seus estudantes”.

Mas o Pólo Zero não fica por aqui. “Segue-se uma segunda fase que é encontrar a dinâmica certa para que este espaço seja útil para os estudantes e que seja utilizado todos os dias. É essa a nossa intenção. O resto, o futuro dirá”, declarou Daniel Freitas.

O investimento total no Pólo Zero foi de 400 mil euros, num projeto conjunto entre a Federação Académica do Porto, a Câmara Municipal do Porto, a Universidade do Porto (UP), o Instituto Politécnico do Porto (IPP), a Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto (UCP) e do Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ).

A gestão do espaço é da responsabilidade da FAP. Daniel Freitas explica que “a Câmara Municipal do Porto e as instituições de Ensino Superior envolvidas ajudaram a realizar este projeto” numa fase inicial garantindo “o investimento de que este espaço necessitava”. Ao nível do funcionamento, o presidente da FAP explica que haverá “sempre uma pessoa responsável e fixa”. “Vamos ter outras em regime de rotatividade, numa parceria que estamos a trabalhar com as diversas instituições”, concluiu. Ter estudantes da academia a trabalhar com estudantes é um dos princípios que será seguido.

Artigo revisto por Filipa Silva