À entrada para o jogo, o Porto sabia que podia aproveitar o empate do rival Sporting para se distanciar na tabela classificativa. A equipa entrou forte em campo e encostou muitas vezes o Arouca à parede.

Mas o golo demorou a chegar. Perto do intervalo, André Silva descomplicou aquilo que o Porto parecia complicar, sem necessidade.  O internacional português bisou na segunda parte, a partir da segunda assistência de Diogo Jota.

Antes do final, houve ainda tempo para uma bela jogada de Brahimi, que se desembraçou da defesa do Arouca para fazer o último golo da partida.

Posse de bola (quase) inconsequente

A primeira parte começou com o FC Porto claramente a querer assumir o jogo, e aos 5 minutos já podia ter inaugurado o marcador. Corona vai pela direita e à entrada da pequena área remata para o poste. Cinco minutos volvidos, outra jogada perigosa na área do Arouca, com Óliver a rematar contra Bracali, depois de uma boa assistência de Herrera.

Instalado no meio-campo defensivo do adversário, e a jogar em 3-5-2 quando se encontrava no ataque, o Porto ia empurrando o Arouca para a sua área. Os visitantes não estavam a conseguir chegar perto da baliza adversária, fruto da pressão alta dos “dragões”, que recuperavam rapidamente a bola.

A capacidade dos arouquenses para construir jogadas era quase nula e os passes eram mal direcionados. A primeira vez que os visitantes conseguiram enquadrar um remate com a baliza de Casillas foi ao minuto 18, na sequência de um livre direto de Artur.

O Porto ia passeando o seu futebol no campo, mas sem grandes resultados. Existia posse de bola para dar e vender, mas faltava discernimento para resolver os lances no último terço. Nota para o remate de Diogo Jota, aos 34 minutos, que é cortado perto da linha de golo por Jubal.

Numa fase em que o jogo não tinha o fôlego do início, eis que aos 43 minutos é inaugurado o marcador. Gégé falha o corte de um cruzamento de Layún, e a bola cai nos pés de Diogo Jota que aproveita o erro defensivo para assistir André Silva para o 1-0.

Mesmo antes do intervalo, poderia ter acontecido o 2-0 se o remate de Diogo Jota tivesse desviado um pouco para a esquerda.

Alívio tardio

O Porto entrou para o segundo tempo com a mesma atitude que se tinha verificado nos primeiros 45 minutos. Muito dominante e a pressionar o Arouca, que aos poucos ia conseguindo chegar à área portista de forma mais assertiva.

Os “dragões” obrigavam os visitantes a jogar de forma defensiva e fazer alívios desesperados. Walter Gonzalez, que em fevereiro tinha causado um dissabor no Dragão, esteve desligado do jogo, muito por culpa do bom trabalho defensivo de Alex Telles. Nota para um remate, ao minuto 63, mas à figura de Casillas.

O tempo passava e o Porto não conseguia fazer valer a sua superioridade no jogo para chegar ao golo da tranquilidade, que só chegou ao minuto 78. Na linha de fundo, Diogo Jota, ao ver Bracali adiantado, cruza para a cabeça de André Silva, para o bis do jovem avançado. Com sete golos no campeonato, o internacional português igualou Marega na lista dos melhores marcadores.

O Arouca tentava fazer pela vida, mas nem uma linha defensiva de seis homens conseguiu impedir o terceiro e último golo da partida, da autoria de Brahimi. Na ala esquerda, o argelino passa por Jubal, e, na grande área, enquadra-se com a baliza e remata para o fundo das redes.

“Esta é a atitude que nós queremos”

A meio da conferência de imprensa, quando lhe é perguntado o que é jogar à Porto, Nuno Espírito Santo interrompe e pergunta aos jornalistas se ainda têm tempo. Pede um marcador e um quadro, e desenha um esquema para ajudar na sua resposta.

“O que nós queremos construir assenta em três pilares: compromisso, cooperação e comunicação. Isto são os três pilares que temos que construir para o FC Porto. Se somarmos a união, temos o que é fundamental para o Porto. Isto é a base, o primeiro passo. Se à união acrescentarmos a nossa determinação de conseguir as coisas, nós temos a nossa atitude. Esta é a atitude que nós queremos”, respondeu Nuno.

O treinador portista considera que a sua equipa fez “um bom resultado” e conseguiu uma vitória que “não deixa qualquer dúvida”.

Com dez golos nos últimos três jogos, o FC Porto responde àqueles que diziam que a equipa produzia poucos golos. “Essencialmente a determinação dos jogadores no seu trabalho, na sua disponibilidade para acreditarem que o talento existe”, rematou.

“Criámos dificuldades”

Lito Vidigal reconheceu que a sua equipa foi pouco eficaz, mas que ainda conseguiu criar “dificuldades ao FC Porto”. “A vitória foi tranquila, mas um pouco exagerada”, refere. Vidigal considera que a sua equipa podia ter empatado, mas que faltou “algum critério”.

O Arouca tem tido uma época difícil, com somente uma vitória em oito jogos. “O ano passado foi uma época diferente, excecional”, diz o treinador, que quer que os seus jogadores sejam “confiantes e fortes”. 

Quando faltam quatro jogos para concluir a oitava jornada, o FC Porto lidera à condição, em igualdade pontual com o Benfica, que joga esta noite com o Beleneses. O Sporting ficou a dois pontos de distância.

Ficha de jogo

Competição: Liga NOS (8ª jornada)
Estádio: Estádio do Dragão, Porto
Golos: André Silva (43’, 78’); Brahimi (91’)
Cartões amarelos: Nuno Coelho (31’)

Equipa de arbitragem
Árbitro
: Manuel Mota
Árbitros assistentes: Paulo Vieira e Pedro Fernandes
Quarto Árbitro: Luís Ferreira

FC Porto
Onze inicial
: Casillas; Layún, Felipe, Marcano, Alex Telles; Danilo, Oliver, Herrera (capitão), Corona; André Silva, Diogo Jota;
Suplentes utilizados: Brahimi, Rúben Neves e Varela;
Treinador: Nuno Espirito Santo

Arouca
Onze inicial
: Bracali; Gégé, Jubal, Hugo Basto, Vítor Costa; Adilson Goiano, Nuno Coelho (capitão), Artur; Zequinha, Mateus, Walter Gonzalez
Suplentes utilizados: Marlon, André Santos e Kuca;
Treinador: Lito Vidigal

Artigo editado por Filipa Silva