Mais um empate a zero. O FC Porto não conseguiu vencer, esta terça-feira, no  Estádio do Dragão, o Belenenses pela segunda vez em quatro dias. Com esta estreia na edição deste ano da Taça CTT, vulgo Taça da Liga, os portistas somam o quinto empate consecutivo e chegam ao quarto jogo seguido sem conseguir marcar golos.

Onzes completamente renovados em relação ao jogo de sábado no Restelo. Nuno Espírito Santo apenas manteve os dois centrais. Quim Machado também só repetiu três jogadores. Destaque para a estreia de Inácio na equipa da casa, jovem de 20 anos que chegou este ano ao FC Porto envolvido na transferência de Maicon para o São Paulo.

Antes do apito inicial, cumpriu-se um minuto de silêncio, em homenagem às vítimas do acidente de avião que envolveu a equipa brasileira do Chapecoense, vitimando mortalmente mais de 70 pessoas.

A atitude foi boa mas não chegou

Atitude renovada do FC Porto na primeira parte. A equipa apareceu em campo a jogar mais e melhor.  Jogou mais rápido, teve um meio campo mais coeso e a presença de Brahimi no onze permitiu à equipa trocar a bola no pé, aproveitando a mobilidade do argelino para criar superioridade numérica no centro do terreno. A reação à perda de bola também esteve melhor e o Belenenses não conseguiu criar grande perigo.

No entanto, não houve muitas oportunidades claras de golo. Herrera ameaçou aos seis minutos e o Belenenses tentou responder numa boa jogada dois minutos depois. A melhor oportunidade de golo na primeira surgiu aos 12 minutos com Depoitre a cabecear na sequência de um canto, para uma boa intervenção de Ventura.

Ao minuto 29, o FC Porto conseguiu mesmo colocar a bola dentro da baliza adversária mas o árbitro da partida anulou o golo a Felipe, assinalando fora de jogo, decisão que motivou grandes protestos das bancadas do Dragão.

Antes do intervalo, aos 40 minutos, Benny viu vermelho direto a castigar uma entrada bastante perigosa sobre Rúben Neves. Nota ainda para um cabeceamento ao lado da baliza de Ventura, na sequência de um livre. As equipas foram para o descanso a zeros, mas com o FC Porto a jogar melhor e a poder estar em vantagem.

Na segunda parte, a jogar com mais um elemento, o FC Porto dominou e o Belenenses não conseguiu criar perigo, embora saisse a jogar, por vezes. Acontece que os portistas também não conseguiram criar muito perigo para a baliza de Ventura. Rodearam o adversário, forçaram a entrada na área, variaram o centro de jogo, mas faltou o discernimento quer nos cruzamentos, quer no remate.

O FC Porto acaba por ter duas grandes oportunidades de golo no segundo tempo. Antes da primeira, aos 53 minutos, Depoitre isola-se depois de um bom passe de Evandro, mas é lento e permite o corte do defesa do Belém. Dois minutos depois, a primeira grande chance, com Brahimi a proporcionar a defesa da noite a Ventura. A acabar o jogo, o estreante Rui Pedro tira dois adversários da frente e remata ao poste naquela que foi a melhor oportunidade para os azuis e brancos.

Valeu pelas estreias

Nem tudo foi mau para o FC Porto. Pode não ter ganho o encontro, mas ganhou três promessas para um futuro próximo. Nuno estreou Inácio no onze inicial e tinha mais cinco  jovens no banco – João Costa, Erik, João Carlos Teixeira, Fernando Fonseca e Rui Pedro.

Inácio foi a grande surpresa da noite. Talvez o melhor em campo do lado portista, atacou como um extremo, defendeu bem e quase não teve erros. O melhor elogio é que não se notou a ausência de Alex Telles, que ainda só falhou um jogo e por castigo. Ao minuto 60, entrou Rui Pedro, ponta de lança que tem alternado entre os B’s e os juniores, sempre a marcar. Empenhado e decidido a mostrar serviço, jogou para a equipa e teve a melhor ocasião de golo para os “dragões” em toda a partida.

Por fim, depois de 73 minutos, finalmente pôde ver-se João Carlos Teixeira. O médio entrou para mexer com o jogo, percorreu a ala direita toda, teve alguns pormenores de qualidade no um para um e deixou a sensação que devia ter mais oportunidades.

“No FC Porto a exigência é máxima”

Na conferência de imprensa no final do encontro, Nuno Espírito Santo mostrou-se desiludido com o momento da equipa e considera que a maneira de reagir a esta conjuntura “é com trabalho”.

Questionado acerca dos números negativos desta época, Nuno reconheceu a estatística mas lembrou que “todos os empates estiveram mais perto de vitórias”. Contrapôs com o registo defensivo e reiterou que o elemento a trabalhar é a eficácia. Para o técnico os próximos jogos são sempre decisivos.

“Demos uma boa resposta”

Quim Machado quis louvar a atitude da equipa. Para o treinador visitante, o Belenenses  deu “uma boa resposta em termos defensivos”, já que “não é fácil jogar no dragão com onze, quanto mais com dez.”

O treinador afirmou que a equipa manteve a identidade e diz é preciso “fazer os jogadores acreditarem que é possível ganhar aos grandes.” Desvalorizou, ainda, o lance da expulsão, dizendo que concorda com a decisão mas que “o amarelo seria o ideal.”

As outras duas equipas do Grupo B, Feirense e Moreirense, defrontam-se esta quinta-feira, pelas 18h00, no Estádio Marcolino de Castro, em Santa Maria da Feira.

Ficha de Jogo
Competição: Taça CTT (3ª Fase, 1ª jornada, Grupo B)
Cartões Amarelos: Yebda (18′), João Diogo (43′) e João Palhinha (46′)
Cartões Vermelhos: Benny (40′)

Equipa de Arbitragem
Árbitro: Nuno Almeida
Árbitros Assistentes: António Godinho e Rui Cidade
Quarto Árbitro: Carlos Cabral

FC Porto
Onze inicial: José Sá, Marcano, Rúben Neves, Varela, Brahimi, Depoitre, Evandro, Herrera (Capitão), André André, Felipe e Inácio
Suplentes utilizados: Rui Pedro (60′), Adrian (60′) e João Carlos Teixeira (73′)
Treinador: Nuno Espírito Santo

CF “Os Belenenses”
Onze inicial: Ventura, João Diogo, Miguel Rosa, Domingos Duarte, Benny, Yebda, Luís Silva, Gonçalo Silva, João Palhinha, Mica Pinto e Andric
Suplentes utilizados: Vítor Gomes (54′), Gerso (67′) e Camará (78′)
Treinador: Quim Machado

Artigo editado por Filipa Silva