Os "Dragões" adormeceram após o golo, falharam muito e tiveram um inspirado Vaná pela frente. Vencer na terceira jornada pode não chegar para seguir para a final four da Taça da Liga.

Depois do empate caseiro com o Belenenses, o FC Porto voltou a empatar, desta vez a um golo, esta quinta-feira, frente ao Feirense, num jogo a contar para a 2ª jornada da fase de grupos da Taça CTT. Num Estádio do Dragão quase cheio, o FC Porto não esteve tão bem como nos últimos encontros, falhou muitos golos e o Feirense parecia querer atacar e pressionar mais.

Nuno Espírito Santo mexeu na equipa, entrando no onze José Sá, Boly, Rúben Neves, Herrera, João Carlos Teixeira e Depoitre. Nomes como André Silva, Diogo Jota, Felipe e Casillas nem no banco estiveram. Do lado visitante, o treinador interino Nuno Santos apostou num onze na linha do último jogo da equipa que deu uma vitória sobre o Paços de Ferreira.

Quem não marca… sofre

O FC Porto entrou bastante forte e ainda havia adeptos a entrar no estádio quando Brahimi abriu o livro logo aos 4 minutos. O argelino livra-se de três adversários, tabela com Depoitre e acerta em cheio na barra. Estava dado o exemplo daquilo que podia acontecer ao longo da partida.

Aos 15 minutos surge o primeiro lance polémico do jogo. Depoitre cai na área do Feirense e pede-se penalti mas João Pinheiro mandou jogar. Os “dragões” estavam por cima do jogo e só a espaços o Feirense tentava criar perigo.  Depois de um remate de Herrera à malha superior, começou  o  “show” de Vaná. Aos 25 minutos, opõe-se a um grande remate de longe de João Teixeira e aos 28 faz a sua melhor defesa da noite, negando novamente o golo a João Carlos Teixeira.

Antes do Intervalo mais dois pedidos de penálti por parte da equipa da casa. Primeiro por uma alegada mão do central do Feirense a travar o remate de Herrera e depois por uma disputa de bola no ar em que os portistas reclamaram carga do central visitante sobre Herrera. Chegado o Intervalo, assistiu-se a uma primeira parte de bom nível do FC Porto que domínou completamente e criou  oportunidades  para ir para as cabines com uma vantagem bastante larga. Valeu ao Feirense a falta de eficácia portista e Vaná na baliza.

A segunda parte abre quase com o golo do FC Porto.  Insistência de Rúben Neves, cruzamento para Marcano, sozinho na área, a cabecear para o 1-0. Com a vantagem no marcador, o FC Porto acabou por adormecer um pouco e o Feirense aproveitou, apenas através de faltas, para tentar levar perigo ao descansado José Sá. O guarda-redes do FC Porto acabou por ter que se aplicar aos 63 minutos, na primeira oportunidade de golo para os visitantes.

O golo do empate acaba por resultar de uma falta de Maxi para parar o contra-ataque. Livre para a área portista e Flávio a cabecear para as redes de José Sá que tinha feito uma defesa no jogo inteiro.  Fez ainda outra após um livre aos 85′.

Um destaque em cada equipa

João Teixeira foi o melhor do lado da casa. Entrando para o lugar de Jota, acabou mais por ser um terceiro médio ao vir buscar muito jogo e a conseguir transportar a bola em direção à área adversária, criando várias chances de perigo. Grande exibição do miúdo resgatado ao Liverpool no verão.  Do lado do Feirense foi Vaná e mais dez. Esteve impecável a aguentar a pressão do FC Porto. Mas a moeda tem duas faces e o guardião brasileiro também ficou marcado pela constante demora a colocar a bola em jogo, o que lhe valeu o cartão amarelo.

Por outro lado, embora apenas duas devam dar nas vistas, existe uma terceira equipa em campo com uma tarefa fundamental. João Pinheiro não esteve particularmente bem, tendo sido bastante contestado pela equipa e pelos adeptos portistas.  Em causa estão as constantes interrupções de jogo e uma alegada grande penalidade por marcar para cada lado.

“O Dragão estava cheio e merecia outro resultado”

No final da partida, Nuno Espírito Santo reconheceu que a equipa baixou a intensidade após o golo, jogando “menos bem”. Admitiu, também, que a equipa fez “uma boa primeira parte”, criando ocasiões para ter uma vantagem mais dilatada.

“Cumpriram na perfeição”

Nuno Santos destacou o “espírito de sofrimento para conseguir aguentar a pressão” do FC Porto. O treinador interino do Feirense desvinculou-se de quaisquer decisões sobre o futuro no cargo: “Isso não passa por mim, mas sim pela administração”.

No final de contas valeu ao FC Porto o empate no outro jogo do grupo entre o Moreirense e o Belenenses. Dia 3 de janeiro o FC Porto está obrigado a vencer em Moreira de Cónegos e a ter uma diferença de golos superior à do Belenenses.

Ficha de Jogo

Competição: Taça CTT 2ª Jornada Grupo B
Cartões Amarelos: Semedo (36′); Brahimi (INT); Boly (52′); Vítor Bruno (64′); Maxi (72′); Vaná (76′) Rúben Neves (85′) e Cris (86′)
Árbitro: João Pinheiro

FC Porto
Onze inicial: José Sá; Maxi; Boly; Marcano; Alex Telles; Rúben Neves; João Carlos Teixeira; Herrera(Capitão); Brahimi; Corona e Depoitre
Suplentes utilizados: Óliver e Rui Pedro (78′)
Treinador: Nuno Espírito Santo

Feirense
Onze inicial: Vaná; Barge (Capitão); Luís Rocha; Flávio Ramos; Vítor Bruno; Semedo; Cris; Fabinho; Luís Machado; Etebo; Platiny
Suplentes utilizados: Dias (68′); Jean Sony (81′) e Paulo Monteiro (92′)
Treinador: Nuno Santos

Artigo editado por Filipa Silva