A possibilidade da construção de um mercado Time Out na Estação de São Bento está num impasse. Ou segundo, João Cepeda, responsável pelo projeto, numa “pausa”, como afirmou ao jornal “Público” que avançou a notícia esta sexta-feira.

Entre outras razões, estarão as declarações do vereador da Câmara Municipal do Porto (CMP) e representante do município na SRU, Rui Loza, feitas numa reunião de câmara em dezembro, na qual o arquiteto se mostrou bastante desagradado com um possível alargamento da estação ferroviária, para integrar a novidade. “Inqualificável” foi a palavra que utilizou para classificar o projeto.

A 5 de outubro do ano passado, Pedro Marques, ministro do Planeamento e Infraestruturas, anunciou algumas remodelações no monumento centenário. A partir daí, surgiram informações de que um Mercado Time Out seria instalado naquele local. Muito à semelhança do Mercado da Ribeira em Lisboa, também explorado pelo grupo de media, o projeto portuense iria contar com “500 lugares, 15 restaurantes, quatro bares, quatro lojas, uma cafetaria e uma galeria de arte”, segundo o comunicado da empresa.

No outro lado da barricada, tanto a CMP como a SRU afirmaram desconhecer as intenções da empresa e o projeto. Já em outubro do ano passado, a empresa pública de reabilitação urbana considerou ilegais as obras de um hostel na Estação de São Bento. De lembrar que o monumento está sob alçada da Infraestruturas de Portugal (IP). O JPN tentou contactar esta instituição, para obter uma reação à decisão da Time Out, mas não obteve resposta em tempo útil.

Ao jornal diário, João Cepeda afirmou que a Time Out vai tentar apresentar outra solução à Sociedade de Reabilitação Urbana. “Vamos repensar o projeto, mas não é fácil, tendo em conta os espaços que temos disponíveis na estação – e que não são tão grandes como o vereador pensará”, justificou. Entretanto, Álvaro Santos, presidente da SRU, esclareceu à Agência Lusa que após o pedido de suspensão da Time Out, segue-se o processo habitual: “a Porto Vivo arquiva o processo”.

Aquando da divulgação da novidade por Pedro Marques no centenário da Estação de São Bento, a empresa considerava ter as condições necessárias para a inauguração do mercado, no segundo semestre deste ano. Para já, o projeto inicialmente pensado para o monumento não se irá concretizar.