Em novembro de 2013, nascia a Plataforma Global para Estudantes Sírios (PGES) pela mãos de Jorge Sampaio, antigo Presidente da República. Os anos seguintes ficariam marcados pelo apoio de emergência académica a alunos do ensino superior com nacionalidade síria. Apesar de contar com a ajuda de algumas instituições, a plataforma precisa de mais solidariedade. Este sábado, a Casa da Música, no Porto, recebe o “Grande Concerto de Apoio a Estudantes Sírios”.

O  evento desdobra-se em duas partes, o concerto é às 18h e logo a seguir, há um jantar de angariação de fundos. A música ficará a cargo da Orquestra Sinfónica do Porto, com o repertório do compositor russo Aleksandr Borodin e a sua peça de ópera “Danças Polovetsianas”. A interpretação da sinfonia “À Pátria” do compositor nacional, José Vianna da Motta, ocupará também alguns minutos do concerto.

Segundo a Casa da Música, o antigo Presidente da República estará  presente no concerto e jantar solidários. Helena Barroco, assessora de Jorge Sampaio e um dos elementos envolvidos no projeto, afirma que este tipo de eventos são muitos comuns ao longo do ano. Depois de um concerto dado em Bruxelas e Coimbra, foram criadas as condições para que acontecesse no Porto. “A plataforma leva estas iniciativas aos sítios onde atua”, explica ao JPN. Apesar de Portugal ter sido a  “experiência-piloto” para os estudantes sírios prosseguirem os seus estudos, atualmente não é o único a recebê-los. O Reino Unido e a Bélgica fazem também parte da lista.

O apoio da Plataforma Global para Estudantes Sírios consiste na atribuição de bolsas de estudo no ensino superior. Helena Barroco explica que os alunos têm geralmente o primeiro ciclo de estudos completo, a licenciatura. Quando viajam para outro país, os jovens vêm com o objetivo de concluírem o mestrado ou até outros graus superiores de ensino, como o doutoramento e a investigação.

As razões para concorrerem às bolsas é óbvia: são filhos de um país em guerra civil há cerca de seis anos. “Importa apetrechá-los para o futuro, dando-lhes conhecimento e experiência. Para que possam ser os líderes da futura Síria”.

Para a assessora de Jorge Sampaio, os estudantes ao investirem na educação não cuidam apenas deles próprios, mas dos outros. “O filho que estuda é uma ponta de esperança para as famílias”, afirma. Neste momento, a plataforma ajuda cerca de 100 estudantes sírios. O objetivo é que no final dos mestrados, os jovens ganhem autonomia e empreguem-se nas áreas de formação.

Helena Barroco confirma que a iniciativa tem aumentado o número de bolseiros a cada ano: começaram com pouco mais de 40 alunos em 2015. No que toca ao desempenho dos estudantes, os dados referem que “têm superado as expectativas a nível académico”.

O bilhete do concerto custa 25 euros, com jantar o preço fica por 65 euros.