Gratuita, confidencial e anónima. A “Sexualidade em Linha” é uma linha telefónica destinada a tirar dúvidas ou esclarecer alguma informação na área da saúde sexual e reprodutiva. Deixou de ser gratuita em 2003, por motivos financeiros e porque muitas chamadas eram “brincadeiras”. Este ano, voltou à gratuitidade na idade adulta — o serviço tem 18 anos.

“Atualmente, e até porque existem muito canais de informação e as próprias comunicações alteraram, percebeu-se que faria sentido tentar mais uma vez aproximar a linha com os utentes e com os jovens, através de um serviço gratuito. É importante a aposta na prevenção”, explica Paula Pinto, coordenadora da linha de apoio, que sublinha que a disponibilização gratuita permite uma revitalização do serviço.

Segundo a representante da “Sexualidade em Linha”, o serviço já notou um aumento de chamadas desde que voltou a ser gratuito. No entanto, a divulgação da novidade não deixa de ser importante: porque “se as pessoas não conhecem, não ligam. Quando conhecem e têm necessidade ligam.”

Com uma equipa de técnicos especializados nas áreas da saúde sexual e reprodutiva, a linha procura dar uma resposta eficaz e imediata a quem procura ajuda. Mas, muitas vezes, quem liga já fez alguma pesquisa individual, sendo através da Internet que muitos conhecem o serviço. “Vão a sites que têm informação credível, mas têm uma informação mais geral e não que vá de acordo às questões e às dúvidas que têm relativamente a uma situação”, esclarece Paula Pinto.

Para a coordenadora da linha telefónica, a mais valia do serviço está confidencialidade e no aconselhamento especializado:  “Tem um técnico disponível para analisar a sua situação e informar, aconselhar e, quando necessário, encaminhar de acordo com a área de residência e atendendo às especificidades da questão ou da situação que a pessoa quer ver resolvida”.

A “Sexualidade em Linha” foi criada numa tentativa de reduzir a desinformação a nível da Sexualidade juvenil, através de um protocolo entre o Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) e a Associação para o Planeamento da Família (APF). Promover escolhas livres e informadas entre jovens e adultos, comportamentos sexuais conscientes e responsáveis e a adoção de estilos de vida saudáveis são outros dos objetivos da linha.

Quais são os resultados?

No ano passado, 60% das questões colocadas foram relativas a métodos contracetivos, nomeadamente, pílula contracetiva, interação medicamentosa, preservativo e contraceção de emergência. Seguiram-se as questões acerca de informações gerais sobre sexualidade (relações e práticas sexuais e questões médicas), gravidez e infeções sexualmente transmissíveis.

A “Sexualidade em Linha” está acessível através do 800 222 003, das 11h00 às 19h00 nos dias úteis e das 10h00 às 17h00 ao sábado.

O serviço também está disponível através de email.

72,76% dos atendimentos foram feitos por telefone e 27,24% por email, sendo que 81,46% das chamadas foram realizadas por pessoas do sexo feminino, um dado que se mantém desde 2014. Em relação à faixa etária, 51,96% das pessoas tinham entre 18 e 25 anos, 17,88% mais do que 30 e 14,63% entre 26 e 30 anos.

Em termos de regiões, foram 39,27% as chamadas de utentes de Lisboa e Vale do Tejo, 34,10% da zona Norte e 20,20% corresponderam a chamadas do centro do país.

Texto editado por Rita Neves Costa