A visita do FC Porto a Guimarães, este sábado, resultou numa vitória por dois golos sem resposta a favor da equipa visitante, numa das deslocações com maior grau de dificuldade na Liga para os dragões. A vitória no D. Afonso Henriques teve o carimbo de Tiquinho Soares (que marcou à sua antiga equipa) e de Diogo Jota.

Os últimos jogos no terreno do Guimarães não eram favoráveis aos dragões. Nas três últimas deslocações da equipa a Guimarães não houve qualquer vitória para os azuis e brancos. Aliás, a última vez que o FC Porto conseguiu vencer no Estádio D. Afonso Henriques tinha sido na época 2013/2014 num jogo a contar para a Taça de Portugal.

Um Tiquinho persistente

Nuno Espírito Santo promoveu duas alterações em relação à jornada anterior, frente ao Sporting. André André rendeu Óliver Torres no centro de terreno e Herrerra ocupou o lugar de Jesús Corona na meia-direita.

Também Pedro Martins, depois da derrota frente ao Paços de Ferreira, decidiu fazer duas alterações. Bruno Gaspar regressou à direita e Celis, cedido pelo Benfica, estreou-se no lugar de Hernâni. De fora ficaram Marega e Hernâni que, por estarem emprestados pelo FC Porto, não puderam alinhar na partida.

O jogo começou com muita intensidade e agressividade, mas nem por isso com grandes oportunidades de golo.

De um lado, um Vitória de Guimarães aguerrido que ia conseguindo um jogo mais fluído a partir do lado direito, com as combinações entre Hurtado e Bruno Gaspar. Do outro lado, um FC Porto que ia anulando os problemas causados pelo Vitória, sendo intenso e muito agressivo sobre a bola.

O ataque portista ficava, no entanto, dependente das iniciativas de Maxi Pereira para criar perigo, que tinha Herrera a fletir para dentro quando o defesa subia no terreno.

Aos 36 minutos de jogo, uma jogada que envolve quatro jogadores do FC Porto acaba por resultar no primeiro golo da partida. Alex Telles faz um cruzamento a partir da esquerda, Herrera toca de cabeça para André Silva que tenta o remate. A bola sai fraca mas Tiquinho Soares surge junto à baliza e abre o marcador. Com este golo, o avançado brasileiro contabiliza três golos com a camisola azul e branca.

Nos nove minutos que se seguiram até ao fecho da primeira parte, o Vitória de Guimarães reagiu bem ao golo de Soares e fez algumas investidas para alcançar a baliza de Iker Casillas. Destaque para o minuto 45’, em que Raphinha trabalha bem sobre Danilo e atira rasteiro, com a bola a passar a centímetros do poste.

Antigo sistema tático, novo golo

A segunda parte iniciou com um Vitória a pressionar forte. Ao minuto 53 há uma nova oportunidade de perigo para a equipa da casa. Raphinha faz um bom cruzamento rasteiro para a área azul e branca, mas nem Bernard, nem Rafael Martins chegam a tempo para o desvio que daria o empate.

Por esta altura, a equipa da casa era a que jogava melhor. Ganhava mais bolas, com os jogadores mais juntos e criando situações de maior envolvimento atacante.

No entanto, a meio da segunda parte a equipa de Pedro Martins começou a dar sinais de cansaço. A juntar a isso, no minuto 65, o FC Porto substitui André Silva e faz entrar Jesús Corona, passando a jogar no tradicional 4-3-3. A partir daqui o domínio passou para o lado dos dragões. Destaque para um excelente ataque por parte da equipa visitante, aos 77’, com Diogo Jota a obrigar Douglas, guarda-redes do Vitória, a uma excelente defesa.

Mas as investidas do jogador do FC Porto, cedido pelo Atlético de Madrid, não se ficaram por aqui. Aos 78’, Jota fez novo remate perigoso que passou perto do poste e aos 85’, aproveitando um passe de Alex Telles, pegou na bola e rematou pelo meio das pernas de Douglas. Ficou assim fechado o resultado em dois golos sem resposta, a favor da equipa visitante.

Com este resultado, os dragões ficam com 50 pontos, no 2º lugar, com menos um ponto do que o líder Benfica que na véspera bateu o Arouca. O Vitória de Guimarães fica no 5º lugar, dois pontos atrás do Sp. Braga e a três do Sporting, diferenças que podem ser dilatadas já que ambas as equipas jogam este domingo.

“É sempre complicado jogar aqui”

Na sala de imprensa, Nuno Espírito Santo falou da dificuldade que é vencer no campo vimaranense. “É sempre complicado e difícil jogar aqui. O mais importante e complicado era vencer e fizemos isso de forma convincente.”

O treinador portista falou também da influência que Soares tem tido na equipa, nos últimos jogos. “Temos a consciência que a chegada de jogadores, a virem, tinha de ser muito assertiva. É inegável que o Soares veio dar mais soluções, equilibrou bastante o que perspetivamos enquanto plantel. É bom que tenha dado esta resposta e que contribua para a equipa”.

Questionado sobre se a equipa atravessa o melhor momento da época, o antigo guarda-redes referiu que só lhe importa os desafios que a equipa terá pela frente.

“Tenho a certeza que vamos sair desta situação”

O treinador do Vitória de Guimarães, na sala de imprensa, falou do mau momento que a sua equipa atravessa. “É evidente que esta fase em termos de resultados não é a ideal, mas tenho a certeza que vamos sair desta situação já no próximo jogo, vamos voltar a ter os resultados que habituámos os nossos adeptos“, declarou Pedro Martins.

Em relação à saída do Soares, o técnico recuso a ideia de que é por causa da ausência do jogador brasileiro que a equipa não ganhou nenhum dos três últimos jogos. Preferiu destacar o facto de existirem jogadores que acabaram de chegar no mercado de inverno, como Fábio Sturgeon e Rafael Martins.

Ficha de jogo

Competição: Liga NOS 2016/2017 (21ª jornada)
Estádio: Dom Afonso Henriques
Assistência: 27 212 espectadores
Golos: Tiquinho Soares (36’), Diogo Jota (85’)
Cartões Amarelos: Maxi Pereira (40’), André André (51’), Bernard Mensah (61’)

Equipa de Arbitragem
Árbitro: Carlos Xistra
Árbitros Assistentes: Bruno Rodrigues e Jorge Cruz
Quarto Árbitro: Luís Máximo

Vitória de Guimarães
Onze inicial: Douglas; Bruno Gaspar, Josué, Pedrão e Konan; Celis e Zungu; Hurtado, Bernard e Raphinha; Rafael Martins.
Suplentes utilizados:
Sturgeon (65’), João Aurélio (71’), Teixeira (79’)
Treinador: Pedro Martins

FC Porto
Onze inicial: Casillas; Maxi Pereira, Felipe, Marcano e Alex Telles; Danilo Pereira; Herrera, André André e Brahimi; André Silva e Tiquinho Soares
Suplentes utilizados: Jesús Corona (65’), Diogo Jota (75’), Oliver Torres (83’)
Treinador: Nuno Espírito Santo

Artigo editado por Filipa Silva