A RTP vai continuar a ter correspondentes em Viana do Castelo e Braga. A garantia foi dada ao JPN pelo diretor de informação da Antena 1, João Paulo Baltazar. Em causa estão as notícias avançadas no início da última semana, segundo as quais a RTP se preparava para transferir os correspondentes destas cidades para o Monte da Virgem, facto que levou alguns responsáveis políticos, como o presidente da Câmara de Viana do Castelo, a contestarem a intenção.

“Já não vai acontecer”, assegurou João Paulo Baltazar, citando fonte oficial da empresa, em declarações à margem da tertúlia “A Rádio és Tu!”, organizada no âmbito do primeiro encontro do grupo de trabalho de Rádio e Meios Sonoros, na sexta-feira.

A notícia da recolocação dos correspondentes foi avançada pelo “Correio da Manhã”, a 13 de fevereiro. Nessa altura, o diretor de informação da RTP, Paulo Dentinho, assumiu que este assunto estava a ser “avaliado com a Antena 1”. No dia seguinte, fonte oficial da empresa dizia à Agência Lusa que a RTP está “a proceder a uma reorganização das suas delegações nacionais”. O facto motivou protestos de autarcas e de algumas forças políticas que solicitaram esclarecimentos ao Ministério da Cultura, que tutela a estação pública.

De acordo com João Paulo Baltazar, as direções de informação da RTP e da Antena 1 que tomaram posse em 2015, concordaram com o objetivo traçado pelas direções que as antecederam: ter uma delegação em cada capital distrito. Porém, por motivos financeiros, tal não se revelou viável. Tendo necessidade de rever a rede, decidiram manter delegações como Coimbra, Viseu, Évora e Faro; reforçar Trás-os-Montes, onde a rádio já não tinha presença; olhar para o interior alentejano e para as regiões mais afastadas das áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa, referiu João Paulo Baltazar.

Os responsáveis da informação da estação pública foram, contudo, confrontados com a necessidade de encolher ainda mais a rede. Nesse cenário, olhando ao conjunto do país, entenderam que tendo em conta as boas vias de comunicação entre Viana e Braga e a cidade do Porto, se poderia colocar estes profissionais a trabalharem a partir do Centro de Produção do Norte.

“Em Viana há uma jornalista de televisão mas a delegação está inoperacional, pelo que sei, há três anos. E em Braga há uma jornalista de rádio. Não há delegações de rádio e televisão nessas [localidades]”, frisou o jornalista, considerando contudo que essa presença garante maior proximidade no terreno.

“Esta decisão, que pelo que sei não terá sido a primeira vez que se tentou, criou irritação em populações e nos autarcas e penso que terá sido essa reação que terá levado o conselho de administração a repensar o assunto”, referiu o jornalista.

“O ponto de situação, neste momento, [é que o assunto] ficou em aberto e vai ser de novo discutido. Estou convencido que não deverá mudar assim grande coisa”, disse o diretor de informação da Antena 1 ao JPN.

Durante a sessão em que se discutiu o presente e futuro da rádio, o diretor de informação da Antena 1 sublinhou a importância de reforçar as equipas espalhadas pelo país para se traduzir a realidade do território.

Artigo editado por Filipa Silva