No segundo dia da 37ª edição do Festival Internacional do Cinema do Porto, a estreia de “A Ilha dos Cães” correspondeu às expectativas. O filme esteve para ser apresentado na edição do Fantasporto do ano passado, mas devido à “demora em fazer alguns efeitos”, a promessa passou para o cartaz deste ano.

Sinopse

A “A Ilha dos Cães” retrata duas visões de Angola, a era colonial e a era contemporânea, e as relações entre os portugueses e os escravos angolanos. Ao longo da narrativa, dá-se o confronto entre uma empresa com o objetivo de construir um “resort” de luxo, e os habitantes da ilha que não pretendem abandoná-la.  No centro do conflito estão também os que parecem ser os verdadeiros donos da ilha, os cães.

Jorge António, realizador do filme, confessou ao JPN que, apesar do filme ter estado em risco de não ser produzido, as dificuldades foram superadas e o resultado final foi “divertido”.

Na apresentação, o realizador acrescentou que “foi um filme difícil, filmado em três países diferentes com condições complexas”. “Cão é cão” foi a expressão que, em conversa com o JPN, Jorge António utilizou para classificar a “A Ilha dos Cães”, apresentada no Teatro Rivoli como sendo o último trabalho de Nicolau Breyner.

Outros nomes do elenco são Welket Bungué, Ângelo Torres, João Cabral e Ciomara Morais (que falou com o JPN).

Jorge António, realizador de "A Ilha dos Cães"

Jorge António, realizador de “A Ilha dos Cães” Foto: Rita Cerqueira

Por outro lado, Ciomara Morais, atriz de “A Ilha dos Cães”,  descreveu o filme como “apaixonante”, comparando-o a uma relação amorosa: “Quando temos um amor, nós queremos mais e mais (…) o filme, pelo menos a mim, deixou-me com essa sensação. Quero ver mais”.

A atriz também teve de superar alguns receios, respetivamente o medo pela água, uma vez que a sua personagem vive na ilha onde se passa a ação. As cenas filmadas dentro de água foram, por isso, um desafio.

Após a estreia de “A Ilha dos Cães”, Ciomara admitiu ainda que estava surpreendida com o resultado final. Foi a primeira vez que a atriz assistiu ao filme.

Ciomara Morais, atriz em "A Ilha dos Cães"

Ciomara Morais, atriz em “A Ilha dos Cães” Foto: Rita Cerqueira

O festival tem atraído cada vez mais público internacional como é o caso de Maila Costa, natural do Brasil. De férias no Porto, a espectadora brasileira achou o Fantasporto como um ponto obrigatório de paragem. Confessou ao JPN que nunca tinha ouvido falar do filme, mas a curiosidade em ver pela primeira vez um filme português fê-la escolher “A Ilha dos Cães”. “Eu nunca assisti a um filme português. Aprecio cinema brasileiro e como os dois países — Brasil e Portugal — tem várias coisas em comum, acho que a qualidade vai ser boa”.

Já no público português, José Martins é espectador assíduo do Fantasporto. Todos os anos marca o evento na agenda: gosta de “ver cinema que não vê noutro sítio e de ter boas e más surpresas”. José admitiu que não queria colocar as expectativas demasiado altas no filme, devido à ambiguidade do trailer.  No entanto, afirma que o espírito do Fantasporto não é escolher os filmes com antecedência, mas sim “aparecer cá e depois é o que sair na roleta russa”.

A 37ª edição do Festival Internacional de Cinema do Porto, tem lugar no Teatro Rivoli e promete, até 5 de março, apresentar várias surpresas no mundo do cinema.

Artigo editado por Rita Neves Costa