O Boavista venceu, este domingo, no Bessa, a equipa do Marítimo por 3-0. Num jogo equilibrado e com poucas oportunidades de golo, as bolas paradas e Iuri Medeiros foram decisivos para os números finais. Os axadrezados, com a manutenção praticamente garantida, aproximam-se da zona europeia, enquanto o Marítimo se mantém na sexta posição e não aproveitou o empate do SC Braga para ganhar terreno aos minhotos.

Do lado da casa não houve grandes mexidas em relação à jornada anterior. Do lado insular, a única novidade foi a entrada de Zainadine para meio-campo no lugar do turco Erdem Sem.

Iuri teve pontaria afinada

A primeira parte ficou marcada pelo equilíbrio entre as duas equipas, com ambas a quererem ter bola e atacar. Não houve muitas oportunidades, pelo que foi preciso esperar até ao minuto 13 para assistir à primeira ocasião de golo. Na sequência de um livre para a área do Marítimo, Philipe, em boa posição, falhou o remate e perdeu uma grande oportunidade. Aos 17′, foi Edu Machado a atirar à malha lateral da baliza de Charles.

O Boavista começava a superiorizar-se e, depois de algumas situações sem muito perigo, chegou mesmo ao golo. Aos 28 minutos, Zainadine teve uma entrada dura sobre um jogador do Boavista. No livre direto, Iuri rematou rasteiro para o 1-0. O jogo animou com o golo e seguiu-se outra boa oportunidade para o Boavista. Iuri ganhou espaço na área, cruzou atrasado, mas Bulos não chega por pouco.

Do lado do Marítimo, de destacar um cabeceamento de Fransérgio com a bola a passar por cima da baliza de Vagner. Ao intervalo justificava-se a vantagem axadrezada, ainda que o jogo estivesse dividido.

No segundo tempo, o Marítimo voltou a entrar com mais posse de bola mas levou um duro golpe com o segundo golo logo aos 51 minutos. Mais uma falta desnecessária que deu origem a mais um grande golo de Iuri Medeiros que esteve de pontaria afinada. Duas bolas paradas a deitarem por terra as aspirações insulares.

A partir daí assistiu-se a um jogo mais partido, com iniciativas atacantes de ambas as partes. Numa perda de bola da equipa visitante, nasceu um contra-ataque conduzido por Iuri Medeiros, que assistiu Bulos para este fechar a contagem nos 3-0, passando a bola por baixo de Charles. Iuri foi o homem do jogo com dois golos e uma assistência.

“É uma vitória de categoria”

Foi contra “um adversário que sabe bem o que quer” que se construiu a vitória axadrezada. No final do encontro, Miguel Leal não deixou passar em branco quer a postura em campo – “é uma vitória de categoria pela exibição dos jogadores” -, quer nas bancadas: “o apoio dos adeptos tem sido importante para o desenvolvimento da equipa.”

O treinador boavisteiro salientou a justiça no marcador, mas garante que defrontar o clube da Madeira “não deixou de ser um jogo difícil.” Com 33 pontos somados, a equipa da casa aponta como próxima meta atingir os 35 pontos e reforça que o “espírito de ganhar e fazer boas exibições” tem de continuar presentes no plantel.

“A diferença no resultado é injusta”

Na viagem do Marítimo ao Bessa, Daniel Ramos assumiu que faltou aos madeirenses serem “mais práticos, mais capazes de aproveitar os desequilíbrios”, mas afirma que durante os 93 minutos a equipa fez “muitas coisas boas.”

O técnico assente que “quem vence tem sempre mérito”, mas sublinha “um desvio de resultado muito acentuado em relação àquilo que se passou em campo”. “Era justo termos feito golos também”, concluiu. Para o treinador dos visitantes, do ponto de vista estratégico, a desvantagem no marcador ainda no início da primeira parte obrigou-os “a arriscar”. “Aí erramos”, confessou.

No que diz respeito aos objetivos do Marítimo na Europa, Daniel Ramos afirma que “todas as vitórias fazem a diferença a quem quer aproximar-se dos lugares de cima.”