A cerimónia de boas-vindas aos cerca de 100 estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e de Timor Leste que beneficiaram das bolsas Camões do Instituto da Cooperação e da Língua, decorreu esta sexta-feira, no salão nobre da Reitoria da Universidade do Porto. As bolsas concedidas a estudantes dos PALOP e Timor Leste abrangem os graus de licenciatura, mestrado e doutoramento.

Metade dos 400 alunos que beneficiam das bolsas atribuídas pelo Instituto Camões estão a estudar em 23 universidades e institutos politécnicos portugueses. Os restantes estudam nos países de onde são originários.

“Cooperação” foi a palavra-chave da cerimónia que contou com a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, do Reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, da Secretária Executiva da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Maria do Carmo Silveira, e da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, Teresa Ribeiro.

O Reitor da Universidade do Porto, Sebastião Feyo de Azevedo, abriu a cerimónia saudando os bolseiros presentes e referiu  que “é necessário que os jovens se movam” e que “diploma das várias universidades portuguesas tem muito valor em muitos locais no mundo”.

Sebastião Feyo de Azevedo destaca a “cooperação internacional” e a “cooperação ao nível da formação dos jovens” e Augusto Santos Silva sublinhou a importância da cooperação em prol da educação e da formação, bem como a “concertação político-diplomática”.

“Sem os alunos este programa não existia”

“E, finalmente, porque os últimos são os primeiros”, disse Augusto Santos Silva, quando saudou os vários alunos bolseiros presentes, e referiu serem a causa da existência deste programa: “Sem os alunos este programa não existia”.

Sobre o programa de bolsas universitárias do Instituto Camões, Augusto Santos Silva referiu a importância de haver cada vez mais empresas e instituições de formação associadas, que possibilitam fundos disponíveis e, por consequência, mais jovens que possam usufruir das bolsas.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros indicou, também, que no último ano o Instituto Camões conseguiu que as verbas crescessem 40% e que o esforço financeiro permitiu que houvesse a internacionalização do ensino e a promoção da língua portuguesa porque “a língua portuguesa não é de nenhum de nós, é uma língua comum”, acrescentou.

“Sem a bolsa não conseguia fazer o meu doutoramento”

Amarildo Benzane, tem 36 anos, é moçambicano e está a fazer o doutoramento em Engenharia de Segurança ao Incêndio, na Universidade de Coimbra.

Amarildo, em entrevista ao JPN, garantiu que é a bolsa atribuída pelo Instituto Camões que lhe permite estar a estudar. “Sem a bolsa não conseguia fazer o meu doutoramento”, afirmou.

O estudante disse que a bolsa, para além, de contribuir para a sua formação e para o seu desenvolvimento pessoal, contribui para o seu país, porque é no “curso e na convivência com o povo português” que pode adquirir o conhecimento que quer levar, posteriormente, para Moçambique.

Relativamente à língua que une os países da PALOP e Timor Leste, Amarildo afirma que a língua portuguesa nos une “como uma só nação”, porque “temos algo em comum que é esta língua e até mesmo a cultura. Temos alguma coisa que ficou e que é de todos nós e é isso que nos identifica e nos diferencia dos outros”, concluiu.

Artigo editado por Rita Neves Costa