Desde a última semana que se têm vindo a registar alguns casos de parotidite epidémica, mais conhecida como papeira, em alunos da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Até ao momento, há registo de quatro casos, estando uma dezena em avaliação de acordo com uma nota de imprensa assinada pela delegada de saúde regional do Norte enviada à Agência Lusa. Uma nota semelhante foi enviada à comunidade académica da FEUP, esta segunda-feira.

Tratando-se de uma doença contagiosa, a nota alerta para o facto de serem expectáveis “mais casos, quer na FEUP quer em alunos de outras faculdades, uma vez que o convívio entre estudantes não se limita aos colegas do mesmo curso ou da mesma faculdade”.

A situação está a ser acompanhada pelo Departamento de Saúde Pública da Administração Regional de Saúde do Norte e pelas Autoridades de Saúde dos Agrupamentos dos Centros de Saúde envolvidos tendo em vista a adoção de medidas de prevenção de que são exemplo o “isolamento social” e a vacinação nos casos em que esta se recomende, isto é, em pessoas que tenham potencialmente contactado com a doença e que não estejam protegidas pela vacinação.

Para lidar com a doença, que é “benigna”, foram prestados esclarecimentos. Os sintomas começam a surgir ao fim de duas a três semanas após o contágio e manifestam-se através de “febre, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, surgindo, ao fim de alguns dias, o aumento do volume das parótidas, glândulas salivares localizadas entre o pavilhão auricular e o ângulo do maxilar inferior”, tal como se pode ler no comunicado.

A doença é contagiosa e transmite-se através da saliva (espirros, tosse, ou partilha de objetos como copos e cigarros). Por este motivo, é aconselhável a proteção das zonas do nariz e da boca durante a tosse e a lavagem frequente das mãos. Recomenda-se o “isolamento social dos doentes até um período de nove dias após o aparecimento da tumefação após o contagio”.

A nota da Delegação de Saúde Regional do Norte salienta a importância da colaboração de todos com os serviços de saúde e com os serviços académicos no controlo da situação, uma vez que qualquer pessoa pode ficar contagiada, basta estar em contacto com algum dos infetados. Por este motivo, a entidade pede para que toda a comunidade universitária esteja atenta e, caso estejam perante os sintomas acima referidos, contactem a Linha de Saúde 24 – 808 24 24 24 – e que, posteriormente, sejam cumpridas todas as recomendações.

Contactado pelo JPN, o serviço de comunicação da FEUP informa que, tratando-se de um vírus, “não há nada que se possa fazer para evitar” o seu aparecimento, no capítulo da prevenção. Quanto ao funcionamento da faculdade, a instituição garante que “até haver alguma indicação em contrário, vai tudo manter-se conforme está”.

A parotidite epidémica, habitualmente chamada de papeira, “é uma doença frequentemente benigna, raramente com complicações, evitável pela vacinação. A vacina utilizada em Portugal, chamada VASPR, protege também contra a rubéola e contra o sarampo e é dada aos 12 meses e aos 5 anos de idade. Mesmo as pessoas vacinadas podem ter a doença, ou porque a vacina não foi 100% eficaz ou porque, com a idade, se perde alguma da proteção que a vacina confere na infância”, refere a Delegação de Saúde da Região Norte, em comunicado.

Artigo editado por Filipa Silva

Artigo atualizado às 17h31 de 27 de março com o número de casos registados.