16 anos depois, a Seleção de Portugal voltou a jogar na Madeira e a euforia foi imensa desde a véspera do jogo, com a chegada da comitiva, até ao Estádio dos Barreiros completamente lotado. Ao fim de 90 minutos de um amigável, eis a única nódoa a manchar a festa: a Suécia venceu Portugal, quase 30 anos depois, por 3-2, no jogo que se disputou esta terça-feira, no Funchal.

Só Cristiano resistiu à poupança

A expectativa de ver Ronaldo de regresso à terra natal era grande e Fernando Santos fez a vontade aos adeptos, dando um pouco mais de meia parte de jogo ao capitão. A partir daí, uma autentica revolução no onze nacional. Todos os dez restantes jogadores foram diferentes do jogo frente à Hungria. O grande destaque vai para a estreia de Marafona com a camisola das quinas. Também o técnico sueco operou grandes mudanças no onze, deixando de fora titulares como Forsberg ou Toivonen.

Danilo Pereira e Eliseu foram titulares. Pizzi e Nélson Semedo entraram ao intervalo. Assim, Fernando Santos acabou por dar 45 minutos a cada um dos intervenientes do clássico entre Benfica e FC Porto, no próximo sábado. Também João Moutinho e Bernardo Silva jogaram apenas meia parte, visto que disputam, também no sábado, a final da taça da liga francesa, ao serviço do Mónaco, frente ao PSG.

A Suécia deu iniciativa a Portugal, mas quando ganhava bola, procurava e conseguia organizar eficazmente os ataques. As duas primeiras oportunidades foram inclusive dos visitantes, com Larsson e Nyman a obrigarem Marafona a duas boas intervenções.

Portugal esteve com níveis elevados de eficácia e na primeira oportunidade chega mesmo ao golo. Aos 18 minutos, Gelson descobre Ronaldo com um cruzamento e o capitão marca golo, para o delírio dos adeptos nas bancadas. Gelson, a par de Renato Sanches, foi um dos jogadores mais eficazes de Portugal na partida.

Seguiram-se mais oportunidades para ambos os lados. Aos 21′ e aos 23′, Claesson e Nyman, em boa posição, rematam por cima da baliza portuguesa. Aos 26′, Ronaldo falha o segundo após cruzamento de João Cancelo, graças à defesa de Johnsson.

Portugal tem mais uma oportunidade na primeira parte e volta a marcar: o cruzamento de Gelson assim o permite e Granqvist marca na própria baliza.

Uma Suécia com “Claesson”

Com 2-0 no marcador, Portugal facilitou no segundo tempo, perante jovens suecos decididos a mostrar serviço. O destaque foi para Claesson, autor de dois dos três golos dos visitantes.

A Suécia entrou melhor na segunda parte e fez por merecer golos. Logo aos 49′, Sebastien Larsson obrigou Marafona a uma defesa na sequência de um livre direto e o guardião do SC Braga voltou a negar o golo aos 57′ mas, na recarga, Claesson fez mesmo o primeiro golo dos suecos. Pelo meio, aos 55′ Cristiano Ronaldo ficou a pedir penalti num lance com o central nórdico, Helander, e mais tarde o capitão voltou a reclamar um castigo máximo sobre Éder.

Aos 76 minutos, Claesson voltou a marcar. O jogador do Krasnodar da Rússia desviou ao primeiro poste, após um canto na direita. Sem mais oportunidades até ao final da partida, a Suécia chega à vitória numa investida do lado esquerdo, aproveitando a passividade de Semedo e de Quaresma e com João Cancelo a desviar o cruzamento para a própria baliza.

Estava consumada a 7ª vitória sueca sobre Portugal, o que manchou um pouco a festa do regresso da Seleção à Madeira.

“Como é que a exibição não foi má se perdemos?”

Fernando Santos desvalorizou a entrada de Portugal na primeira parte porque o resultado não foi o pretendido: “Como é que a exibição não foi má se perdemos? Quando se perde nunca pode ser boa”.  O selecionador nacional criticou, ainda, um trabalho defensivo menos conseguido pelos campeões europeus nesta partida: “Na primeira parte estivemos razoavelmente bem, mas em termos defensivos nunca estivemos completamente bem”.

Fernando Santos recusa falar de grandes penalidades porque “esta não é a característica da equipa” e garante não existirem primeira e segunda equipa: “Aqui não há segundas equipas. Não fomos tão competentes como deveríamos ter sido. Há opções a tomar e assumo as minhas opções”, apontou, desvalorizando a questão do jogo amigável: “Há sempre uma responsabilidade quando jogamos com esta camisola. Temos de procurar vencer”, frisou.

Já Jan Andersson destacou a boa prestação da sua equipa: “Fizemos um bom primeiro tempo. Mas assim com dois [golos] de seguida, é fácil vir um pouco abaixo. Mas nós saímos a jogar e fizemos também um bom segundo tempo”, disse. “E na verdade eu acho que nós ganhámos justamente”, disse um satisfeito Janne Andersson.

Artigo editado por Rita Neves Costa