Jonas e Maxi fizeram os golos num encontro onde Casillas voltou a dar-se bem na Luz. Ficam a faltar sete jogos, sem margem de erro para qualquer uma das equipas.

Foi dia de clássico na Luz e este parecia ter contornos de decisão para o que falta do campeonato. No final do duelo, registou-se um empate a uma bola entre Benfica e FC Porto e as contas permanecem iguais no topo da classificação.

Ambos os técnicos promoveram surpresas nos onzes: do lado encarnado, Rafa foi opção e Grimaldo e Fejsa foram para a bancada; nos portistas, mudança na estrutura, passou de 4-4-2 para 4-3-3 e André André alinhou em simultâneo com Corona, indo André Silva para o banco.

Ambas as equipas vinham de um desaire para a I Liga, mas com o FC Porto com melhor indíces qualitativos no que ao futebol praticado diz respeito.

Na Luz, este sábado, assistiu-se a um jogo controlado de uma forma repartida pelas duas equipas, mas com os encarnados a somarem mais oportunidades de golo.

Começo em alta rotação

No arranque do jogo grande da jornada 27 houve sinal mais do Benfica. A formação orientada por Rui Vitória entrou forte na procura rápida pela posse de bola e com um futebol muito vertical.

Criaram desiquilíbrios, sobretudo através de Toto Salvio, em combinações com Nelson Semedo pelo lado direito, e foi, numa jogada construída pelo argentino, que o Benfica chegou à vantagem. Salvio ludibriou os adversários e entregou a Jonas, com Felipe a entrar fora de tempo sobre o compatriota. Pénalti para “Pistolas”, que não desperdiçou e deu vantagem justa, na altura, para o Benfica.

O FC Porto não conseguia ganhar o meio-campo como Nuno queria com a mudança tática. O Benfica tinha sempre um segundo homem próximo da bola – Jonas, Samaris, Pizzi ou Rafa – e, com passes curtos, controlava no espaço entre linhas dos portistas.

Mas o FC Porto conseguiu adaptar-se. Brahimi, em especial, e Óliver começaram a pegar no jogo. Os azuis e brancos subiram as linhas, começaram a conquistar terreno no meio-campo rival. Aos 19 minutos, o primeiro canto. Depois, o primeiro remate, de Óliver, ao lado.

O lance de maior perigo do Porto no primeiro tempo surgiu aos 37 minutos. Brahimi marcou um livre em zona prometedora, mas Ederson travou o remate. Ainda a terminar a primeira parte, nota para o cabeceamento perigoso de Luisão na área portista.

Entrada invertida e San “Iker”

Se no primeiro tempo foi o Benfica a entrar melhor, no segundo foi o contrário. O FC Porto aproveitou uma perda de bola de Pizzi e, sem Samaris e Lindelof conseguirem aliviar a bola da área encarnada, Maxi marcou à sua antiga equipa e fez o empate aos 49 minutos.

O Benfica sentiu o golo e o FC Porto esteve melhor nos minutos seguintes. Ederson “roubou” dos pés de Tiquinho Soares a oportunidade para o FC Porto fazer o 1-2.

O empate não servia os interesses de uma nem de outra equipa. O Benfica criou perigo após o aviso do FC Porto, com Casillas a ser determinante para evitar o 2-1, aos 62 perante Jonas, três minutos depois a Mitroglou, e ao minuto 73, com uma dupla defesa a Jonas e Lindelof. A fazer lembrar a exibição que deu a vitória aos azuis e brancos na Luz na temporada passada.

A entrada de Cervi, no Benfica, ainda mexeu um pouco com o jogo, mas sem grandes efeitos. O argentino rendeu o compatriota Salvio ao minuto 69 e ajudou na pressão encarnada até final. Faltou decidir melhor no último terço. André Silva, Jota e Otávio foram a jogo pelo FC Porto, mas as alterações promovidas por Nuno Espírito Santo não trouxeram alterações táticas nem no rendimento coletivo.

O FC Porto leva um empate da Luz. Os candidatos ao título mantêm um ponto de  diferença no topo da classificação e a igualdade no confronto direto.

Nas sete jornadas que ficam a faltar, equipas como Sporting, Moreirense, entre outras, podem ter influência na luta pelo título nacional.

“Estamos tristes”

Para Nuno Espírito Santo, o FC Porto não entrou como era desejado: “Entrámos mal. O Benfica surgiu demasiadas vezes na nossa área. Faltou-nos um pouco de bola. Houve o penálti, ficámos em desvantagem, mas depois a equipa tomou o controlo do jogo, deu uma demonstração clara do que viemos fazer aqui. Depois conseguimos o golo e soubemos defender”, analisou em declarações à BTV.

Apesar do resultado final, o treinador do FC Porto acredita que ainda falta muito campeoanto para ser jogado e que o título não fica nem de perto nem de longe já decidido.

“Estamos na luta, sabemos que vai ser até ao fim. Faltam sete jornadas, é um campeonato muito competitivo. Estamos tristes, os três pontos eram a nossa grande ambição. Mas é um resultado que deixa tudo igual, sabendo que termos de lutar até ao fim”, sublinhou Nuno Espírito Santo.

“Merecíamos ganhar”

O treinador do Benfica, Rui Vitória assumiu que, na sua opinião, os campeões nacionais mereciam ter saído do jogo com os três pontos: Fomos uma boa equipa, que quis desde o início vencer. Entrámos fortes e fizemos o golo como consequência do que estávamos a fazer. O FC Porto equilibrou mas sem oportunidades. Na segunda parte, na única bola em que esteve na nossa área, com alguns ressaltos pelo meio, fez o golo. Depois tivemos uma grande resposta, com muitas oportunidades. Temos de ficar tristes mas os meus jogadores mereciam pela exibição. Um resultado de vitória para nós caía perfeitamente bem”, considerou.

Rui Vitória falou ainda que o Benfica dispôs de ocasiões mais flagrantes que o adversário. Deixou elogios à forma de jogar dos seus jogadores, por procurarem a vitória até ao apito final.

Houve aquelas bolas ali na cara de Casillas, que foi quase quem segurou este empate… Não conseguimos empurrar a bola para o fundo da baliza. Mostrámos claramente porque é que estamos na frente. Não é o resultado que vai manchar a grande exibição que fizemos. Montámos a equipa com este objetivo claro, de vencer. Por infelicidade, não conseguimos”, concluiu.

Artigo editado por Filipa Silva