O projeto Pláka pretende dinamizar a prática artística e a apresentação de arte contemporânea na cidade do Porto. Foi apresentado, em conferência de imprensa, durante a manhã desta quarta-feira, na Rua Miguel Bombarda, pelo autarca do Porto, Rui Moreira, e pelo adjunto do presidente da Câmara Municipal do Porto para a área da Cultura, Guilherme Blanc.

O Pláka vai integrar dois projetos já anunciados — o Prémio de Arte Paulo Cunha e Silva e o programa de financiamento Criatório — e três novas iniciativas: o Coletivo Pláka, o Anuário e a Coleção de Arte Municipal.

Guilherme Blanc afirmou que o Pláka “é uma plataforma onde circulam agentes e ideias” que surge como “referência a um lugar de pensamento” e o autarca acrescentou que “mais dinamismo, mais energia e mais participação para o sector” são os objetivos do projeto que permitem que a cidade “enriqueça do ponto de vista patrimonial”.

Um projeto, cinco iniciativas

Para além do Prémio de Arte Paulo Cunha e Silva e do programa de financiamento Criatório, duas iniciativas já existentes, o Pláka integra três novos projetos que pretendem, segundo Rui Moreira, “fortalecer artisticamente a cidade do Porto”.

O Coletivo Pláka será um grupo de reflexão, onde haverá produção de pensamento de arte contemporânea e partilha de conhecimento, através de três linhas orientadoras de investigação para cada ano. Esta iniciativa tem uma perspectiva internacional, de forma a que os estrangeiros que visitem a cidade possam dar o seu contributo. O Anuário vai apresentar os melhores projetos artísticos da cidade numa exposição e a Coleção de Arte Municipal pretende reativar o trabalho nas reservas da coleção de arte municipal, através da análise de arte por um grupo de investigação.

A coleção municipal é composta por cerca de 1500 obras de arte, uma coleção desconhecida pela maioria das pessoas. Rui Moreira afirma que a coleção “não estabelece relação na dinâmica da cidade”, ao contrário do que devia acontecer. Por isso, com esta iniciativa procura-se “animar” e “alavancar” a produção cultural através das visitas às reservas municipais, bem como a possibilidade de se assistir ao trabalho de restauro.

O investimento da câmara municipal para a Coleção de Arte Municipal será de 100 mil euros, para o Prémio de Arte Paulo Cunha e Silva 50 mil euros, sendo que metade do valor é financiado pela Fundação Millenium, para o Anuário rondará os 40 mil euros, para o Coletivo Pláka 60 mil euros e para o Criatório 240 mil euros — 16 bolsas de 15 mil euros cada uma. O autarca garante que as verbas são “completamente suportáveis”.

“A arte contemporânea não estava esquecida na cidade”

Nuno Centeno, galerista e proprietário da Núrias Centeno, garante que “a arte contemporânea não estava esquecida na cidade”, mas que o projeto Pláka veio “fortalecer a relação entre o mercado de arte e os cidadãos”.

Nuno Centeno diz estar “muito interessado” e acrescenta que o programa é “fundamental”, “obrigatório” e que é um incentivo grande para os galeristas que são o “primeiro veículo para levar a arte à cidade”. O galerista considera que das cinco iniciativas o Anuário é a mais inovadora e criativa.

Artigo editado por Rita Neves Costa