No passado sábado, os D.A.M.A. encerraram a mais recente digressão (“Era uma vez”) num palco especial: atuaram pela primeira vez no Coliseu do Porto, na mesma cidade onde gravaram os álbuns.

“O Porto é como uma segunda casa para nós e o Coliseu acabou por ser, para nós, um dos espectáculos que mais gostámos, onde houve uma energia incrível”, afirmaram ao JPN. Foram várias as vezes que Miguel Cristovinho, Francisco Pereira e Miguel Coimbra interromperam as canções para agradecer ao público o apoio. “Vocês são a nossa família”, disseram. A banda afirmou, ainda, que cada concerto é especial e este ainda mais por ser no palco que o acolheu.

“Fomos forçados a evoluir”

O crescimento da banda tem sido notório e os três elementos não escondem a felicidade: “Tudo o que nos aconteceu nos últimos três anos superou todas as nossas expectativas, foram mais de 400 concertos, dois discos de platina e muitas outras coisas que, no início, claro que ambicionávamos mas não esperávamos que fosse tão rápido, fomos forçados a evoluir e a corresponder ao que as pessoas esperavam de nós desde muito cedo”.

Quanto à existência de alguma canção especial, a banda diz que as músicas são para eles “como filhos”, gostando de tocar todas e vivendo para estar em cima de palco. Admitem, contudo, que as músicas que mais apreciam tocar “são as que foram lançadas há menos tempo”.

Recentemente, a banda criou uma bolsa de talentos chamada “Acorda o Sonho” para apoiar jovens talentos nacionais. “Somos um país cheio de talento, mas com poucas oportunidades sustentadas para pessoas talentosas construírem uma carreira”, explicam.

Relembram que quando começaram, tiveram ajuda. “Alguém teve que nos dar a mão para nos ajudar e orientar num mundo que desconhecíamos. Nós simplesmente queremos ser essa ‘mão’ para alguém, queremos acordar o sonho das pessoas”, afirmam os D.A.M.A..

“À medida que a exposição aumenta, a responsabilidade também”  e como tal, a banda explica o peso que têm em mãos. “Se há pessoas que nos vêem como exemplo, temos uma responsabilidade perante elas”. “Nós sempre ajudámos artistas que estão a começar, simplesmente institucionalizámos agora essa ajuda e tornámo-la nacional”, esclarecem relativamente à bolsa de talentos criada.

O futuro promete continuar a ser risonho para os três amigos de Lisboa que dizem ser ambiciosos e adorar o que fazem. Com os pés bem assentes na terra, “o futuro passa por mais canções e muitos palcos”, afirmam. “Também sonhamos com uma carreira internacional e estamos a dar os passos para tentar que isso aconteça”, salientam.

“Era uma vez” no Coliseu

A banda começou o concerto com a música “Sinto”, feita para um álbum solidário da Rádio Comercial e seguiu-se o single “Calma”. À terceira, os três rapazes entoaram as declarações de amor a “Luísa”. Depois, as luzes apagaram-se e o Coliseu iluminou-se com os telemóveis do público enquanto a banda cantava “Não dá”.

De um início mais animado, a banda passou para uma sequência de versões acústicas como “Agora é tarde” e o novo single “Miúdos”, acompanhado por imagens de crianças a brincar que, ao que tudo indica, seriam os próprios elementos da banda.

Mia Rose foi a convidada deste concerto: em conjunto com a banda interpretou “Sussurro”. Mais tarde, Miguel Coimbra pediu a cada elemento da banda para tocarem instrumentos à vez, de forma a mostrar aos fãs como construíam uma música desde o zero. Deste exercício resultou “Às vezes”, com a plateia a acompanhar a banda. O concerto já ia a meio, quando “Tempo para quê” foi cantada e tocada numa versão mais eletrónica da música original.

De seguida, os D.A.M.A. tocaram “Não faço questão”, música feita em parceria com o brasileiro Gabriel O Pensador. Depois um momento inédito: Cristovinho e companhia a cantar uma música fora do alinhamento e cantada pela primeira vez num concerto, com o nome “O que é que tu sabes”.

Todo o concerto, de acordo com a ideia da digressão, foi como uma viagem ao passado por todos os sucessos da banda. Os “desajeitados” cresceram e presentearam os fãs portuenses com canções dos três álbuns, deixando a “balada” para o fim, cantada com a ajuda da pequena Mariana, uma fã que subiu a palco. Antes disso, um dos singles mais apreciados do novo álbum, “Era Eu”.

“Os Dois” deixaram muitas “Promessas”

Não são todas as bandas que têm a possibilidade de se estrear no Coliseu do Porto. Foi o caso de Os Dois, que conjuga a voz de Salvador Seixas (ex-concorrente do The Voice) e Gonçalo Coimbra (irmão de Miguel Coimbra, dos D.A.M.A).

Já têm o single de estreia, “Promessas”, a tocar nas rádios. Fizeram a primeira parte do concerto dos D.A.M.A., onde tocaram esta música e também fizeram covers de músicas conhecidas, nomeadamente “Shape of You”, de Ed Sheeran. Após o concerto, a banda falou com o JPN.

Os Dois falaram ao JPN depois do concerto de estreia. FOTO: José Correia

Sobre a experiência de atuarem, pela primeira vez, no Coliseu do Porto, explicaram que “é uma sensação fantástica”. Os dois e únicos elementos da recente banda reforçaram o carinho que encontram sempre na Invicta. “Trata-se de uma cidade incrível, que nos acolhe sempre muito bem e onde, curiosamente, nós gravámos o nosso primeiro single”.

Apesar de Os Dois estarem numa fase muito embrionária (o primeiro single “Promessas” foi lançado no início deste mês de abril), já começam a despertar a atenção dos portugueses: “Não estávamos à espera deste feedback, mas ficamos principalmente surpreendidos com o facto de toda a gente cantar a nossa música ao vivo daquela maneira”.

De resto, apesar da boa amizade que une Os Dois aos elementos dos D.A.M.A, explicam que não pretendem imitar os passos de nenhuma banda em específico, mas sim seguirem o próprio caminho: “Nós não esperamos chegar a nenhum sítio onde está alguém. A única coisa que queremos é chegar o mais longe que nos for possível e vamos trabalhar para isso”, concluíram.

Artigo editado por Rita Neves Costa