Boavista e Paços de Ferreira empataram a zero, esta sexta-feira, no Bessa, em jogo referente à 29ª jornada da Primeira Liga.

Num encontro em que as defesas foram superiores aos ataques, o Boavista deixou escapar uma boa oportunidade numa grande penalidade que não converteu, mas sobreviveu a mais de 50 minutos com menos um jogador. Com este resultado, o Paços está cada vez mais perto da manutenção e o Boavista chegou aos desejados 35 pontos.

Ambos os técnicos apresentaram novidades. Do lado do Boavista, Rochinha rendeu Renato Santos no onze inicial. No Paços de Ferreira, algumas novidades no onze, bem como nas opções finais de Vasco Seabra para a partida.

Welthon e Pedrinho ficaram de fora dos eleitos, enquanto Phellype substituiu o habitual titular na frente de ataque. Ivo Rodrigues e Minhoca também não foram opções iniciais, ficando, inicialmente, no banco de suplentes. Ambos os jogadores foram rendidos por Medeiros e Andrézinho, respetivamente.

Pantera não aproveita

A primeira parte teve duas caras. O Boavista, a jogar em casa, entrou por cima do encontro, criando ainda assim poucos lances de perigo. A principal oportunidade veio de uma grande penalidade, desperdiçada por Fábio Espinho, aos 11′.

A partir daí, o Paços ganhou confiança e, mais tarde, vanatagem numérica em campo. Idris excedeu-se nos protestos e foi para a rua, por acumulação de amarelos, pouco antes do apito para o intervalo.

Muita vontade, mas sem efeitos práticos

No segundo tempo o jogo mudou. O Paços, com um homem a mais, assumiu o domínio territorial do encontro, ainda que tenha tido muitas dificuldades para criar perigo. Uma das poucas exceções foi o remate de Ricardo Valente, que já na grande área, rematou por cima.

Quase sempre pelo lado esquerdo do ataque, o Paços de Ferreira apostava nas incursões individuais de Ricardo Valente por esse flanco. A equipa sentia dificuldades em entrar pela defesa do Boavista, que anulava bem as investidas, mas, no contra-golpe, era incapaz de criar perigo.

Apesar disso, no último fôlego da partida, a equipa da casa pressionou mais, chegou a terrenos mais adiantados, sem conseguir chegar ao golo desejado. Destaque para um lance de perigo, com o cabeceamento de Schembri para bela intervenção do guardião Defendi. Aparte isso, nenhuma equipa conseguiu lances de real perigo, sendo que o empate se ajusta no final dos 90 minutos pela pouca produção ofensiva a que se assistiu.

O Boavista manteve a baliza protegida e o resultado não se alterou até ao fim. Ainda não foi desta que o Paços venceu fora pela segunda vez na Liga, esta temporada. Os castores somam sete jogos sem ganhar. Por seu lado, o Boavista vai no quarto encontro seguido também sem conhecer o sabor da vitória.

“Se tivessemos marcado, o jogo era diferente”

Miguel Leal, na análise pós-jogo, defendeu que o desenrolar da partida seria diferente, se não fosse por circunstâncias da mesma.

“Ficamos nervosos e tivemos uma expulsão que condicionou toda a estratégia. Tentamos ter uma coesão defensiva grande e tentar contra-atacar. As duas melhores oportunidades foram nossas. Se tivessemos marcado, o jogo era completamente diferente. Aqui ou ali, fomos um bocado displicentes, mas estivemos mais concentrados. Todos têm que entrar dentro do campo e dar o seu melhor”, reiterou.

O técnico axadrezado falou ainda no foco que os seus jogadores devem ter para o resto da temporada e estabelece novas metas.

“O Boavista quer tentar igualar a melhor classificação da década, o décimo lugar. Pelo menos igualar, porque a nossa ambição é sempre mais”, confessou Miguel Leal.

“É sempre mau um ponto.”

Após o encontro, o treinador do Paços de Ferreira, Vasco Seabra, mostrou-se pouco satisfeito com o facto da equipa ter conseguido apenas um empate, mas viu o resultado como ajustado ao que se passou em campo.

“Antes do jogo, não deixaria satisfeito o empate. É sempre mau um ponto. Queremos sempre jogar para os três. Permitimos, além do penálti, uma situação ao Boavista. Impedimos a transição ao Boavista. Procuramos ter critério, mas não fomos tão agressivos como devíamos no último terço. Deviamos ter criado mais além das três oportunidades em que tivemos chances de golo”, afirmou.

Vasco Seabra falou ainda do objetivo da equipa se manter na primeira divisão nacional. O técnico falou das razões de intranquilidade que os seus jogadores podem demonstrar.

“Quando as equipas começam a chegar a essa marca, tentam mais o conforto e ficam nervosas com isso. Mas queremos ultrapassar a barreira dos 30. Nós queremos olhar mais para cima, e pontuar mais vezes”, esclareceu.

Vasco Seabra explicou também a razão para o avançado e figura da equipa pacense, Welthon, não ter feito parte das escolhas. “O Welthon teve um traumatismo no treino de ontem [quinta-feira], hoje fez um treino de teste, mas não conseguiu recuperar”.

Artigo editado por Filipa Silva