A Direção-Geral da Saúde (DGS) revelou que, desde janeiro, foram confirmados 23 casos de sarampo em Portugal, 11 foram confirmados pelo Instituto Ricardo Jorge e os restantes 12 estão ainda em fase de investigação.

Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu que a doença estava eliminada no nosso país, graças ao programa de vacinação, que avaliou como “eficaz”. Os últimos casos de sarampo em Portugal foram conhecidos em 2005 e, em todos, a infeção teve origem no estrangeiro.

Segundo vários órgãos de comunicação, a primeira infeção de 2017 terá sido detetada numa criança de 13 meses não vacinada, que deu entrada no hospital a 27 de março. A criança acabou por contagiar cinco funcionárias que, por estarem vacinadas, tiveram a doença de forma mais leve. A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou esta segunda-feira para a necessidade de os pais vacinarem os filhos “sem hesitação”. Francisco George, à Lusa, confirmou o surto como “uma atividade epidémica”, mas não está preocupado com o alastrar da doença: “Estamos certos de que não vamos ter grandes problemas porque a grande maioria, 97% da população, está protegida com anticorpos.”

Apesar de confiante na proteção dos adultos, o diretor-geral da Saúde alertou para a necessidade de vacinar os mais novos e criticou as políticas anti-vacinação de alguns pais: “Temos situações graves. O sarampo é uma doença que pode evoluir num mau sentido e estamos perante situações preocupantes. É absolutamente incompreensível que uma mãe e um pai não vacinem as crianças.”

O sarampo é uma das doenças infeciosas mais contagiosas, que pode provocar doença grave e, nos raros casos em que evolui para encefalite, pode levar a danos cerebrais ou mesmo à morte. Transmite-se através da respiração, da tosse e dos espirros e o contágio é mais fácil em espaços fechados. Os sintomas chegam na forma de febre, congestão nasal, tosse seca e manchas vermelhas no corpo. Ao fim de três a cinco dias, o sarampo causa uma erupção na pele e comichão que começa no rosto e se espalha para o tronco, braços e pernas.

A doença é evitável pela vacinação e estava, há vários anos, controlada em Portugal. Consideram-se já protegidas contra o sarampo as pessoas que tiveram a doença ou que têm duas doses da vacina, no caso dos menores de 18, e uma dose nos adultos. Mais de 500 casos de sarampo foram reportados em 2017 na Europa, segundo a OMS.

A DGS informou ainda que, pelas 18h30 desta segunda-feira, emitirá um comunicado pormenorizado sobre este assunto.

Artigo editado por Filipa Silva