Boavista visitou o berço da nação, mas conseguiu apenas assistir à festa do Vitória de Guimarães, que depois de ter visto o Braga perder com o Paços de Ferreira (3-1), conseguiu dilatar a vantagem no 4º lugar da 1ª Liga, ao vencer os axadrezados por 2-0.

Num duelo histórico do futebol português, que teve momentos altos na década de 90, o Vitória de Guimarães aproveitou o embalo de um estádio D. Afonso Henriques quase cheio — 25 mil adeptos marcaram presença –, para derrubar a pantera de Miguel Leal. A iniciativa de jogo foi quase sempre dos vimaranenses, com os do Bessa na perspetiva, jogando  quase sempre há volta da sua grande área.

Resistência boavisteira durou meia hora

Entrando em campo sabendo que o Sporting de Braga tinha sido derrotado em Paços de Ferreira, a equipa de Pedro Martins tinha uma grande oportunidade para cimentar o quarto lugar, passando a ter cinco de vantagem para o rival minhoto. O que veio a acontecer.

O Guimarães criou maior perigo logo desde o início. Encontrou um Boavista a errar muito, na fase inicial, fechando-se completamente na grande área, não permitindo que os vimaranenses entrassem com facilidade.

Texeira esteve na cara de Vagner depois de um passe displicente de Edu Machado, mas não aproveitou a deixa do defesa do Bessa. Pouco depois, na sequência de um canto, Josué esteve muito perto de fazer a emenda em cima da linha de golo.

Questão de tempo até o sentido único do encontro ter consequências no marcador. Hurtado, que já tinha decidido os dois jogos disputados entre os dois emblemas esta época, confirmou o ímpeto vitoriano ao inaugurar o marcador a dois minutos da meia hora.

Canto da direita, Vagner defende um primeiro cabeceamento, mas Hurtado, de calcanhar, estava no sítio certo para dar vantagem aos vimaranenses. Boavista sem capacidade de reação ao golo sofrido.

Decidir cedo para depois controlar

Logo no arranque do segundo tempo, o 2-0. Hernâni abrilhantou aos 48 minutos de jogo, a sua exibição com um grande golo, tirado de trivela. Ponto final, parágrafo num encontro que ainda tinha mais de 40 minutos pela frente.

Com o tirar do pé do acelerador, o Boavista tentou dar um ar da sua graça, mas nunca chegou a pôr as garras de fora. O Vitória de Guimarães a ter as melhores ocasiões de golo até ao final, com Vagner em evidência na baliza do Boavista em vários momentos.

Quinta jornada consecutiva a vencer do Guimarães. A equipa de Pedro Martins respira alegria, está numa fase positiva e o Boavista, que somou o quinto jogo sem vencer, sucumbiu de forma natural perante um Estádio D. Afonso Henriques em sintonia com a equipa.

“Ainda não conquistámos nada”

Após a vitória sobre o Boavista, Pedro Martins deixou elogios ao desempenho da sua equipa. “Exibição segura, inteligente, com muita qualidade e a saber o que pretendíamos desde o início, sendo pacientes. Criámos oportunidades para ter outro resultado, também com este ambiente fantástico que mostra a simbiose do clube com os adeptos. Sentimos que estava criada uma força para ter uma tarde de felicidade e de qualidade”, afirmou.

Em relação às contas pelo 4º lugar, o técnico vimaranense defende que é importante estarem na posição que pretendem, mas que ainda faltam disputar jogos que serão cruciais.

“Há doze pontos em disputa. Retificámos os nossos objetivos porque achámos que havia condições, quer pela simbiose entre adeptos e equipa, quer pela qualidade da equipa. Temos cinco pontos de vantagem, mas não garante nada. Exige suor, máximo empenho e dedicação”, sublinhou.

“Não fomos agressivos nem determinados”

No final do jogo em Guimarães, Miguel Leal mostrou-se conformado com o resultado final. O técnico axadrezado falou ainda nas baixas que tiveram impacto na equipa, mas não vê isso como o motivo da derrota.

“Atendendo ao que se passou o Boavista não teve argumentos, não fomos agressivos nem determinados. Facilitámos nos aspetos em que tínhamos de ser fortes, o que fez com que a vitória do Vitória fosse merecida. Tentámos reagir na segunda parte mas sofremos logo a seguir e isso determinou logo que íamos perder. Estamos tristes, mas temos é de levantar a cabeça e pensar no próximo jogo”.

Além disso, Miguel Leal definiu o objectivo da equipa nos quatro jogos que faltam disputar até ao fim do campeonato: “O nosso intuito é olhar para cada jogo para ganhar. Se alguém não pensa assim é lógico que temos de alterar as coisas. É importante dizermos que isto é um trabalho de todos e se estamos nesta situação confortável é porque fizemos alguma coisa boa, não é por estarmos nesta série que está tudo mal. Temos de trabalhar para no próximo jogo estarmos mais fortes”, esclareceu.

Artigo editado por Rita Neves Costa