O Boavista já tem a manutenção garantida e o Nacional viu confirmada a descida de divisão, por força da vitória do Moreirense sobre o Sporting de Braga. Este sábado, com as contas arrumadas, as duas equipas jogaram sem pressão e proporcionaram uma agradável partida de futebol, apesar de nem sempre bem jogada, que resultou num empate a duas bolas, no Estádio do Bessa.

O Nacional rodou alguns jogadores e protagonizou uma excelente exibição, apesar do desânimo provocado pela despromoção. Também Miguel Leal deu oportunidade a alguns jogadores menos utilizados.

Metade do primeiro tempo resumiu-se a perdas de bola e falta de oportunidades, mas depois tudo mudou. Uma das novidades do onze alvinegro foi Mezga que, aos 27 minutos, aproveitou um contra-ataque rápido para fazer o primeiro golo do jogo para o Nacional. O Boavista reagiu com prontidão e aos 35′ chegou ao empate por Iuri Medeiros que, com alguma sorte no ressalto, conseguiu rematar para a baliza de Adriano.

No minuto seguinte, Hamzaoui passa Vagner mas não consegue empurrar a bola para a baliza deserta. O mesmo avançado argelino acaba por marcar aos 41′, através de um bom cabeceamento a responder a um cruzamento da direita.

A resposta coube a Fábio Espinho que, dois minutos depois, sozinho na área, faz a bola passar por cima da baliza dos insulares. Mas Fábio Espinho redimiu-se nos descontos da primeira parte, ao converter um penálti de Washington sobre Bukia.

Quatro golos em meia parte tornavam o jogo interessante para quem tinha pago bilhete. Na segunda parte registaram-se apenas três situações de golo. Aos 53′, Carraça bate um livre direto permitindo uma boa defesa a Adriano. Aos 68′ foi um jogador insular a rematar à entrada da área para um voo de Vagner. Pelo meio, aos 57′, Schembri foi protagonista pelas piores razões. Com superioridade numérica do Boavista na área do Nacional, após uma saída em falso de Adriano, Schembri, na pequena área, com a baliza escancarada, permite que o defesa do Nacional chegue a tempo de cortar o lance.

Fica o registo de uma partida com um Boavista um pouco abaixo do habitual e com um Nacional a reagir com uma boa exibição à notícia do dia anterior da descida à segunda liga.

“Faltou ter o mesmo espírito, a mesma atitude”

No final do encontro, Miguel Leal reconheceu um dia menos bom da sua equipa: “Valeu pelos golos, foi um jogo mal jogado, especialmente da nossa parte”. O técnico boavisteiro disse mesmo que “faltou ter o mesmo espírito, a mesma atitude” de outros encontros.

Para Miguel Leal o empate ajusta-se e garantiu motivação máxima para as duas últimas partidas: “Acredito que a motivação será diferente já no jogo em Setúbal e depois no seguinte”, referiu.

“Há uma ideia que tem de estar sempre presente: respeitar o jogo de futebol”

O técnico visitante, João de Deus, garantiu que a motivação dos seus jogadores foi máxima, apesar da descida de divisão: “Os jogadores estavam muito motivados, porque há uma ideia que tem de estar sempre presente: respeitar o jogo de futebol”, salientou.

“O Nacional a esta jornada tem 21 pontos, vai descer de divisão, mas vimos uma equipa a jogar futebol, de forma competitiva”, considerou João de Deus.

Quanto à possibilidade de orientar a equipa no segundo escalão, não se alongou muito na resposta: “Não posso falar sobre o meu futuro porque nem eu sei. Sou uma pessoa de convicções e acredito que se pões uma equipa a jogar bom futebol, se consegues potenciar as suas qualidades e consegues mascarar o que são as suas pechas, tens mais possibilidade de ter sucesso”, explicou.

Artigo editado por Filipa Silva