Emmanuel Macron foi eleito, no domingo, o novo presidente de França. O candidato pró-União Europeia, com 66% dos votos, derrotou a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, que obteve 34% dos votos. Foi a segunda votação mais alta obtida por um candidato na segunda volta das eleições.

O presidente francês em exercício, François Hollande, anunciou esta segunda-feira que a tomada de posse de Macron, seu ex-ministro da Economia, ocorrerá no domingo, dia 14.

Na segunda volta das eleições francesas, Macron beneficiou dos votos de pessoas que não votaram nele há duas semanas, mas em Mélenchon e Hamon, observou o Financial Times.

Foi uma votação que dividiu a França em duas. Macron conquistou mais as zonas sul e centro do país; no norte, obteve aproximadamente 90% dos votos em Paris, segundo notou o The New York Times. O presidente eleito ganhou votos de grupos rurais e urbanos, tanto com alto como com baixo nível de desemprego. Marine Le Pen saiu-se melhor em zonas com alto desemprego e salários baixos.

“Toda a gente disse que era impossível. Mas eles não conheciam a França!”, reagiu assim Macron no Twitter.

Marine Le Pen considerou que o resultado das eleições mostrou que os franceses optaram pela “continuidade”. Ainda assim, a candidata da extrema-direita considerou que o resultado da Frente Nacional foi “histórico”. Marine Le Pen obteve 10,5 milhões de votos quase o dobro do resultado conseguido pelo pai em 2002.

Os valores da abstenção subiram em relação para um nível recorde desde 1969: 25,4% dos eleitores franceses não votaram. Também os votos brancos e nulos atingiram um novo marco, com 12% da população que votou a não expressar preferência por qualquer um dos candidatos.

Vitória de Macron vista pela imprensa

A eleição de Emmanuel Macron é o grande destaque da imprensa internacional desta segunda-feira. A larga maioria dos jornais optou por utilizar na capa uma foto do novo presidente francês para assinalar o seu feito.

O “Libération” decidiu dividir o seu destaque em dois. Na capa, só aparece Emmanuel Macron de frente com as palavras “Bem jogado”. Na contra capa, Marine Le Pen aparece de costas com o Libération a escrever “Bem feito”.

O “Le Parisien” deu destaque à idade de Macron, o mais novo de sempre em França. “39 anos e presidente!”, escreveu o jornal francês.

O que também se verifica nos jornais do dia é a observação de que a Europa ficou a ganhar com o resultado da eleição. “França vota sim à Europa”, escreve o “La Vanguardia”. Por cima do título “Obrigado à França!”, o “La Razón” afirma que “a Europa respira após a derrota do populismo”. “Macron e Europa ganham em França”, afirma o “Expansión”.

Alguns jornais optaram por acrescentar um “mas” à eleição do novo presidente. O “La Croix” diz que a vitória foi “larga e frágil”. “Macron ganha a presidência francesa – mas o país permanece dividido”, escreve o “The Guardian”.

Reações

No Twitter, o presidente francês, François Hollande, felicitou “calorosamente” o presidente eleito e exprimiu os seus “votos de sucesso” para a França.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que durante a campanha mostrou simpatia por algumas posições de Marine Le Pen, reagiu no Twitter à vitória de Emmanuel Macron.

O Govenro português também emitiu uma posição sobre a eleição do novo presidente francês. O primeiro-ministro, António Costa, felicitou “Emmanuel Macron e o povo frânces” e considerou o resultado das eleições “uma boa notícia para a França, a Europa e para Portugal”. Para o chefe de Governo, Macron é um “excelente parceiro, empenhado em prosseguir e aprofundar” as “excelentes relações bilaterais” entre Portugal e França.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, foi incisivo nas palavras que escolheu para congratular Macron: “Felicito Emmanuel Macron, e os franceses que escolheram a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade e que disseram não à tirania das fake news”.

Do Twitter, chegou também a reação do presidente da Comissão Europeia. Jean-Claude Juncker escreveu que os franceses escolheram um “futuro europeu”, e aproveitou para deixar uma mensagem escrita ao presidente eleito.

A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, congratulou “calorosamente” Emmanuel Macron, com quem espera trabalhar numa “ampla variedade de prioridades partilhadas”.

Quem também considerou que  vitória de Macron beneficiou a Europa foi a chanceler alemã, Angela Merkel. “A França esteve, está e mantém-se no coração da Europa”, afirmou Merkel.

Artigo editado por Filipa Silva