A primeira fase de candidatura a estágios profissionais abriu esta terça-feira. Até 16 de julho, os jovens podem concorrer ao programa que tem uma duração de nove meses.

Ajudar os jovens a ingressar no mercado de trabalho e reconverter os profissionais desempregados são os objetivos da medida “Estágios Profissionais”, cujas candidaturas abriram esta terça-feira. Podem concorrer jovens entre os 18 e os 30 anos que tenham o ensino secundário completo e que estejam há mais de 12 meses no desemprego.

Vítimas de violência doméstica, refugiados, ex-reclusos e toxicodependentes em processo de recuperação entre os 30 e os 45 anos podem, também, candidatar-se. Para estes casos, os candidatos têm que ter uma certificação de nível secundário ou têm de estar inscritos num Centro Qualifica, caso tenham um nível de escolaridade inferior ao secundário. No total, há quatro mil vagas para preencher. As candidaturas decorrem até 16 de julho.

Os estágios profissionais são remunerados com direito a subsídio de refeição e de transporte, mas ainda há problemas a enfrentar. O JPN esteve à conversa com Hugo Carvalho, presidente da Direção do Conselho Nacional da Juventude, que explicou alguns dos entraves que ainda existem.

“Estamos numa altura em que continuamos a pegar em jovens com licenciaturas e mestrados e a obrigá-los a serem formados em empreendedorismo ou a fazer matérias que já fizeram duas ou três vezes”, afirmou.

Os atrasos no processo de candidatura ainda preocupam Hugo Carvalho. “Ainda há pouco tempo estávamos com médias de cinco meses de espera para os jovens poderem começar a trabalhar ou à espera de fazer o seu primeiro estágio, e isso não pode acontecer. Era bom que os estágios fossem definidos a tempo e que os jovens pudessem começar a realizar o seu estágio profissional a tempo e horas e não muitos meses depois de se candidatarem”, referiu.

A relação do IEFP (Instituto do Emprego e da Formação Profissional) com os estagiários tem vindo a ser um dos aspetos que mais evoluiu ao longo dos anos. “Recentemente, foi criada uma espécie de ponto de contacto com os jovens para que [o candidato] consiga perceber o ponto de situação do seu estágio. Outra coisa positiva é fazer com que o jovem seja notificado através de cartas ou de e-mail, coisa que antes não acontecia”, enumera o presidente.

Hugo Carvalho não se mostrou muito “confiante” no que toca à rapidez da atribuição dos estágios profissionais. “Quem aguenta sempre com as deficiências do sistema são os jovens estagiários. O que é importante aqui é que o IEFP consiga operacionalizar as medidas e não que apenas abra candidaturas para os jovens ficarem à espera”, disse ao JPN.

O desemprego jovem está a diminuir. “Em 2013, a taxa de jovens desempregados era de 42% e hoje estamos nos 26%”, finalizou Hugo Carvalho.

A medida terá um custo para o Estado a rondar os 19 milhões de euros, de acordo com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social.