“O Porto não precisa de mais hotéis”, afirmou Rui Moreira esta terça-feira, na reunião pública da Câmara Municipal do Porto. A declaração do presidente da autarquia foi proferida na sequência de uma apresentação de José Carlos Nascimento, da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana, na qual se expôs o ponto da situação relativamente às intervenções realizadas no património municipal.

O autarca garante que “aquilo que fazia sentido há oito ou nove anos, provavelmente, hoje já não faz sentido, nós neste tempo não temos falta de unidades hoteleiras”, declarou. Rui Moreira deixa a sugestão de que é preciso dar prioridade à criação de novas habitações.

O presidente da Câmara considera que a Sociedade de Reabilitação Urbana deve, no futuro, aproximar-se mais do funcionamento do urbano: “deve ter uma maior vocação para olhar para as pessoas, para as instituições, para o terreno”, alertou.

O presidente da SRU informou que o concurso para o arrendamento de 39 fracções no Centro Histórico do Porto, concluído a 10 de fevereiro, está neste momento em fase de processamento, e conta com 28 apartamentos e 11 espaços comerciais.

José Carlos Nascimento afirma que é fundamental entender que a SRU está integrada num novo contexto, sendo que, neste novo contexto, existe uma profunda ligação à cidade: “Não existe uma cidade do Porto e uma SRU, existe uma cidade do Porto e a SRU integrada-se nessa cidade”. O responsável da SRU reforça também o facto de esta aproximação se passar num contexto de evolução que está a acontecer devido à política do governo de transferir para as autarquias a responsabilidade sobre os aspetos que mais diretamente lhes dizem respeito.

Eurovisão no Porto? Não, obrigada, diz Rui Moreira

Durante a reunião, Rui Moreira foi questionado pelo vereador Ricardo Almeida, do PSD, relativamente à possibilidade da RTP abrir um concurso público para se decidir em que cidade portuguesa é que será realizada a cerimónia da Eurovisão em 2018. O autarca não mostrou muito interesse, devido ao custo que o evento teria para a câmara. Moreira citou a estimativa avançada pela estação pública para a organização do evento: entre 30 e 50 milhões de euros.

“A Câmara do Porto entregar 30 ou 40 milhões para organizar isto [a Eurovisão], nós não precisamos, obrigada”, salientando que se não houver concurso e se há uma cidade que quer organizar a Eurovisão, deve ser essa cidade a pagar.

Artigo editado por Filipa Silva