É no pavilhão 12 da Rua de Pinto Bessa no Porto que vai ficar instalada a “Plataforma Campanhã”. O projeto foi apresentado esta quarta-feira, numa cerimónia que contou com a participação de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, Guilherme Blanc, adjunto da cultura da CM Porto e João Brandão da ARDA Recording CO. e um dos mentores da iniciativa.

A “Plataforma Campanhã” é um complexo estratégico que pode trazer à cidade um novo paradigma cultural e socioeconómico à volta das atividades culturais, tecnológicas e empresariais. O pavilhão 12 será um espaço dedicado à gravação e pós produção de audio. Nele vão ser construídos estúdios de gravação, divididos por vários espaços.

“Sentimos que era necessário no Porto um estúdio capaz de acolher uma orquestra ou um grande grupo de jazz e achamos que este seria o espaço perfeito para englobar um espaço como este”, disse João Brandão durante a conferência.

Além dos estúdios, o espaço ainda “terá salas comuns onde estarão integrados escritórios de outras entidades ligadas a esta área, nomeadamente produtores e editores de audiovisual. No fundo, é tudo o que tenha a ver com esta ideia de audiovisual”, acrescentou o mentor.

Trazer artistas portugueses e internacionais e acolher orquestras nas salas de gravação de áudio são alguns dos objetivos principais do projeto.

Dentro do complexo vai ser montada uma Fonoteca Municipal de Vinis, começa por dizer Guilherme Blanc. Dentro vão estar 34 mil discos que vão ser dinamizados, estudados e catalogados através de programas educativos. A Fonoteca poderá ser visitada “com acompanhamento de especialistas de música durante o processo de escuta. Este é um projeto que será realizado em rede com a Biblioteca Almeida Garrett”, contou o adjunto da cultura.

“A nossa ideia é que daqui nasça um projeto que se enquadre no ponto de vista musical e da aprendizagem, através da música e a partir deste suporte particular, do Vinil, que é um suporte muito relevante hoje”, rematou Blanc.

“Achamos que a Fonoteca vai ser um ponto extraordinário. Vai fazer com que pessoas que não tenham contacto com este formato possam fazer ações nas escolas, junto dos miúdos mais novos que nunca viram um vinil, possam ouvi-lo aqui neste espaço e também poder a vir reeditar músicas portuguesas perdidas”, acrescentou Rui Moreira.

Sobre a escolha de Campanhã para a instalação da plataforma, Rui Moreira destaca as acessibilidades envolventes e sublinha a vantagem para a cidade, no seu todo: ” Esta dispersão das atividades resultará num benefício para a cidade”.

“Isto terá impacto na reabilitação. Este edifício tem boas condições mas estava vazio e agora vai ter uma dinâmica completamente diferente. Vai deixar de ser um armazém para ser um espaço onde vão estar várias pessoas a trabalhar”, concluiu o presidente.

As obras no complexos vão ser desenvolvidas ainda este trimestre. Ao JPN, João Brandão disse que “até ao final deste ano, alguma parte dos escritórios já estarão prontos. Já os estúdios só ficarão prontos no primeiro trimestre do próximo ano”, finalizou.

Artigo editado por Filipa Silva