O Serralves em Festa está de volta às 20h00 de sexta-feira, 2 de junho, na Fundação de Serralves. Seguem-se 50 horas ininterruptas e gratuitas de programação, mais 10 que o habitual, que terminam às 22h00 de domingo. Os espetáculos não se cingem ao Museu e Jardins, com performances a decorrer em diversos pontos do Porto, a partir do dia 1 de junho.

O tema da edição deste ano é “Quebrar Muros”. Suzanne Cotter, diretora do Museu, garante ter feito um esforço para “alargar mais ainda o caráter aberto e agregador” do certame, com propostas para grupos tão diferenciados quanto “crianças, famílias, jovens e adultos”, que vão desde a instalação à ‘street dance’. O programa inclui sessões que ilustram a interação entre diversas artes. Estão contempladas as áreas da música, dança, performance, circo contemporâneo, acrobacia, teatro, cinema, fotografia, desenho, que podem ser apresentadas em forma de concerto, exposição, workshop, oficina ou leitura participativa, entre outras.

Destaque para o a última oportunidade para ver a exposição de Joan Miró, na Casa de Serralves. A mostra pode também ser apreciada gratuitamente durante o ‘Serralves em Festa’, mas encerra ao público no fim do festival.

Destaques do programa

A ‘antestreia’ do certame decorre fora do recinto, na quinta-feira, dia 1. A instalação “Dead Plants & Living Objects” abre nesse dia às 9h00, no Jardim das Virtudes. Os autores, o belga Pierre Berthet e a japonesa Rie Nakajima, acrescentam música à sua obra, com performances ao vivo às 18h00, que se repetem nos dias 2 e 3, no mesmo local.

Às 11h00, a zona de Chegadas do aeroporto Francisco Sá Carneiro acolhe um dos espetáculos mais aguardados. A companhia espanhola ‘Vaivén Circo’ apresenta “Do Not Disturb” (Não incomodar), a qual transporta o público para um dia de trabalho em qualquer fábrica do século XX. Em cena, os limites das quatro personagens são testados; o limite do risco, o limite do absurdo, mas também o limite da ternura. “Um espetáculo que vai agradar às famílias”, garante Susan Cotter. As atuações repetem-se ás 12h00, 15h00 e 16h30, e durante os dias de sábado e domingo há também quatro apresentações no recinto, na Clareira das Bétulas.

Já para os jovens e adultos, a performance “Loie Fuller: Research”, de Ola Maciejewska, é, segundo a diretora, “imperdível”. A coreógrafa polaca aborda os limites da intervenção humana sobre um objeto em ação, explorando a relação do seu corpo com um artefacto – o seu vestido de dança. Inspirou-se na relação entre o escultor (o performer) e a escultura (a obra, não humana) para criar este momento, que apresenta ao meio-dia na Praça de Carlos Alberto e às 17h00 na Jardim da Cordoaria. A artista atua também em Serralves, no foyer do Museu, às 20h30 de dia 4.

Para encerrar o dia 1 fora de portas, a organização sugere circo contemporâneo, “uma área disciplinar que todos os anos cativa multidões no Serralves em Festa”, refere Suzane Cotter. Às 19h00, no Terreiro da Sé, é apresentado o espetáculo “La Cosa” do artista italiano Claudio Stellato. Na peça, quatro performers levam a cabo uma coreografia de elevada dificuldade, esforço físico intenso e grande precisão técnica. Exprimem uma variedade de relações humanas como a cooperação, a gentileza, a cumplicidade, mas também a confiança e a competição.

A música é sem dúvida uma das apostas mais fortes na edição de 2017, e no último dia sobe ao palco Terry Riley, em concerto com o seu filho Gyan Riley. Este pioneiro minimalista americano atua às 20h00 de domingo, na Clareira das Bétulas.

Para encerrar as 50 horas em festa, os organizadores escolheram o grupo feminino “00100”, fundado por Yoshimi, uma conhecida baterista, trompetista e vocalista de uma das bandas japonesas mais badaladas, os Boredoms.

Momentos para a reflexão e aprendizagem

No dia 2 de junho, pelas 21h00, o Auditório de Serralves acolhe a conferência “Os Caminhos da Ásia”, com José Ramos-Horta, um dos laureados com o prémio Nobel da Paz em 1996. O antigo presidente e primeiro-ministro de Timor-Lorosae vai abordar a emergência do continente asiático como “centro do Mundo” no século XXI, bem como os desafios à paz e à democracia na região.

Durante os dias de sábado e domingo, há diversas visitas orientadas a exposições e ao parque para miúdos e graúdos, assim como oficinas criativas nas áreas da fotografia, desenho e até das ciências naturais.

Um outro projeto educativo, desenvolvido em Paredes de Coura, vem ao Prado abrir o palco principal. A “Escola do Rock” apresenta uma banda com cerca de 40 jovens artistas entre os 13 e os trinta anos, que vai tocar muitos clássicos do Rock e temas de bandas que passaram pelo emblemático festival de Paredes de Coura.

Como chegar ao Serralves em Festa

A estação de metro mais próxima é a Casa da Música. Daí, além das linhas habituais dos STCP, há autocarros gratuitos que asseguram viagens de 15 em 15 minutos de e para Serralves até à 01h00. Nas madrugadas de sábado e domingo, este vaivém assegura também ligações entre os Aliados e o recinto, de hora a hora.

Para quem vem de carro, há estacionamento gratuito no Parque do Bessa e o Parque Campus da Universidade Católica, que permitem o acesso a pé a Serralves ou o uso dos autocarros dos STCP.

No ano passado, a ‘festa de Serralves’ bateu todos os recordes de afluência, com mais de 161 mil pessoas. “Este ano é para bater esse recorde”, assegura a organização.

Artigo editado por Filipa Silva