Ao longo dos nove meses de intervenção na zona marginal junto ao Rio Douro, a época balnear “não será afetada”, garantiu o presidente da Câmara Municipal de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, assegurando que vão ser “criadas condições” para que o espaço continue a poder ser utilizado no verão.

O autarca revela que o que vai nascer nesta zona é “um grande respeito pelo território”, acrescentando que o propósito não é “fazer uma obra no sentido puro e duro do termo”, mas sim fazer uma requalificação ambiental e paisagística dotada de “melhores equipamentos”.

O investimento de 1,5 milhões de euros é inteiramente municipal, estando integrado num projeto global que inclui outras empreitadas de requalificação da frente fluvial do Rio Douro, sendo que algumas delas são co-financiadas pelo Ministério do Ambiente.

Questionado se este vai ser um novo ponto de atração turística, Eduardo Vítor Rodrigues disse que “em bom rigor, já o é”. A época balnear em Oliveira do Douro, Avintes, Arnel, Crestuma, é “intensamente vivida” com uma grande afluência de gaienses e vindos de fora. Refere ainda que nesta zona vai surgir uma “solução muito interessante”, que vai ser ainda complementada com a restituição das areias do Areinho de Avintes, num “esforço conjunto” com a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Relativamente aos acessos, o autarca garante que os esforços devem ser feitos de forma “inteligente”, ou seja, não pode haver uma “modernização excessiva” que ponha em causa o carácter típico e tradicional do local. Por isso, diz que asfalto nesta zona “não faz sentido”, porque “uma coisa é ter ruas em condições, outra é querer transformar ruas típicas de base local em pequenas auto-estradas dentro de freguesias”, frisa.

Eduardo Vítor Rodrigues anunciou que uma requalificação deste género traz uma “imagem de cidade muito importante”, o que possibilita às populações locais usufruir de condições semelhantes numa zona ribeirinha que tem “muitas especificidades”. Acrescenta ainda que uma reabilitação paisagística é muito importante numa zona onde o potencial construtivo não é “nenhum, nem queremos que seja”, pois não vão ser construídos edifícios, mas sim zonas de merendas, ciclovias e zona pedonal.

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, também esteve presente na cerimónia de apresentação da obra de requalificação da frente fluvial do rio Douro no Areinho de Avintes.

Aos jornalistas, o ministro disse que esta é a parte de Gaia que “sempre foi menos olhada no passado”, destacando que quem passava na Ponte D.Luís I a pé e olhava nos dois sentidos “via duas realidades urbanas completamente diferentes”, por isso, considera ser da maior importância a realização destas obras.

João Pedro Matos Fernandes disse estar convicto de que o Rio Douro, que preenche o Areinho de Avintes, venha a ter “muito melhor qualidade em breve”, devido aos investimentos em Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) e na obra do intercetor de Rio Tinto, Gondomar, que arrancou na última sexta-feira, orçamentado num total de 36 milhões de euros com comparticipação nacional.

Artigo editado por Rita Neves Costa