A partir desta sexta-feira e até ao dia 1 de outubro, o metro do Porto vai voltar a circular durante as madrugadas de sexta e de sábado no Porto. A empresa e a autarquia local apresentaram esta quarta-feira a quarta edição do MOVE Porto-Metros 24h, lançado em 2014 e já com 330 mil passageiros no currículo.
O modelo vai seguir em quase tudo o adotado nas edições anteriores, com a diferença de deixar de se aplicar às vésperas de feriado. “Chegamos à conclusão que, por causa dos feriados serem muito aleatórios, acaba por não justificar” os custos, justificou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Ao longo das noites de sexta e de sábado, noites de grade afluência na baixa do Porto, vão estar operacionais, em ambos os sentidos, a Linha Azul – que liga o Estádio do Dragão à Senhora da Hora – e a Linha Amarela – ligação entre Hospital de São João e Santo Ovídio. A frequência dos veículos rondará os 20 minutos.
Há quatro estações nestas linhas que se vão manter fechadas a partir das 01h00: Heroísmo e Lapa, na Linha Azul e Faria Guimarães e Salgueiros, na Amarela. O título aplicável será o Z2, que tem o custo de 1,20 euros.
Rui Moreira (à esq.) com Jorge Delgado Foto: Filipa Silva
Ainda por fechar está o parceiro que ajudará a Metro do Porto a financiar os custos da divulgação. Se nas duas primeiras edições esse papel coube à autarquia, o ano passado foi a vez de um privado se estrear no papel: o centro comercial Norteshopping. De acordo com a informação prestada pelo administrador da Metro do Porto/STCP, Jorge Delgado, este ano o patrocinador está ainda por fechar, estando a correr negociações com uma marca de bebidas e outra de gelados.
“Esta é a forma como entendemos que deve ser a participação do Estado nestas iniciativas. Devemos começar por semear para demonstrar que é viável para que a partir daí seja o setor privado a assegurar”, comentou Rui Moreira. A Câmara do Porto assegura o reforço do efetivo de segurança da rede nestes períodos.
Evitar “o caos instalado”
As vantagens desta opção, que levam a autarquia a apoiar a iniciativa, foram elencadas por Rui Moreira: mobilidade, economia, conforto e segurança.
“Se queremos ter um centro que é seguro à noite, que tem gente que utiliza a cidade, temos de garantir formas normais e saudáveis das pessoas acederem ao centro. Senão temos o caldo instalado no centro da cidade”, declarou ainda Rui Moreira que classificou a atividade noturna como a “galinha dos ovos de ouro” que é necessário proteger, coisa que só parece viável com um ataque acérrimo ao estacionamento ilegal – “estamos a tomar medidas, muitas vezes draconianas, a rebocar carros à noite, coisa que antigamente não se fazia, só se rebocavam carros de dia” – e com oferta de alternativas de mobilidade.
A par do metro a funcionar toda a noite, vai ser reforçada também a rede de madrugada da STCP “em cerca de 20%”, de acordo com fonte da empresa. Vai também ser possível deixar o carro no parque de estacionamento da Estação Estádio do Dragão – capacidade de 850 lugares -, com um custo adicional ao Andante de 0,95 euros por cada 12 horas. No estacionamento junto à Estação da Senhora da Hora é gratuito.
