A Feira da Senhora da Hora vai ser alvo de um projeto-piloto de recolha seletiva de resíduos da responsabilidade da Lipor. A proposta, aprovada esta segunda-feira pelo conselho de administração do Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, deve posteriormente ser alargada a 27 feiras e mercados dos concelhos de Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde. Na Senhora da Hora, o projeto deve arrancar até ao final do mês de julho.

“Acho interessantíssimo”, considera Joaquim Santos, presidente da Associação de Feirantes do Distrito do Porto, Douro e Minho em declarações ao JPN. “Tenho a perfeita consciência de que as feiras, no âmbito da recolha seletiva, e não só, não estão a funcionar como nós gostaríamos”, diz ainda o feirante que tem uma certeza: “O sucesso da ideia dependerá do acompanhamento e da persistência”.

“Penso que nesse trabalho, que demora a dar frutos, tem de haver um trabalho educativo, de informar as pessoas, de as sensibilizar. Não pode ser um trabalho de fazer hoje e amanhã deitar a toalha ao chão”, explica o vendedor de 51 anos.

O objetivo do novo sistema é promover a reciclagem e a valorização dos resíduos produzidos nas feiras e mercados, garantindo a limpeza dos respetivos recintos. Será feita a depoisção e a recolha seletiva de plástico, papel, cartão e resíduos orgânicos. De acordo com uma nota informativa do município de Matosinhos, “para o efeito serão disponibilizados aos feirantes contentores adequados para o efeito, sendo a recolha efetuada pelas câmaras municipais ou pelos respetivos concessionários da recolha de resíduos urbanos”.

O projeto-piloto na Senhora da Hora serve para ajudar a avaliar os equipamentos necessários e que metedologia de ação e sensibilização deve ser adotada. Os municípios pretendem elaborar uma Estratégia de Gestão de Resíduos nas Feiras dos Municípios Associados à Lipor.

“Há muito a inovar e a implementar. Ensinando as boas-práticas, ninguém vai deixar de as seguir”, acrescenta Joaquim Santos.

Ainda na reunião desta manhã, foi aprovado o alargamento da recolha seletiva porta-a-porta em Matosinhos, mas apenas no setor não residencial, numa área delimitada pela Avenida Afonso Henriques, pela Avenida da República, pela Rua Heróis de França e pela Avenida Engenheiro Duarte Pacheco.

“Dispondo de uma grande concentração de estabelecimentos de comércio e serviços, nomeadamente de restauração, o serviço dirige-se especialmente aos resíduos orgânicos, produzidos em grande quantidade por restaurantes e cafés, mas também na Docapesca e no Mercado Municipal”, explica o município.

A autarquia estima que sejam mensalmente recolhidas 17 toneladas de papel e cartão, 42 toneladas de vidro e 4,2 toneladas de embalagens de plástico, caso adira ao serviço uma centena de estabelecimentos. Este projeto deve arrancar ainda neste mês de julho.

Artigo atualizado com a informação de que o projeto deve arrancar na Feira da Senhora da Hora até ao final do mês de julho.