Um golo de Raphael Rossi, marcado já na segunda parte, bastou para dar ao Boavista a primeira vitória e os primeiros três pontos para o campeonato, ao cabo da quarta jornada.

O encontro, realizado este domingo no Estádio do Bessa, colocou frente a frente duas equipas que ansiavam por pontos. Com o objetivo de fugir aos últimos lugares da tabela, os dois treinadores alteraram os “onzes”. O ataque do Boavista teve Iván Bulos a jogar no eixo e Mateus na faixa esquerda. Já na defesa, Sparanga iniciou o jogo no lugar de Robson no centro da defesa. Do lado do Desportivo das Aves, Ricardo Soares lançou Derley e Ryan Gauld.

A primeira parte foi infértil em oportunidades e qualidade de jogo, razões pelas quais o marcador apontava um empate a zero ao intervalo.

Notas de perigo em dois contra-ataques da equipa da casa: um aos 9’ que terminou com um remate de Renato Santos e outro aos 27’ por Mateus. Já a formação de Santo Tirso, levou para o balneário um remate ao poste de Derley aos 4 minutos e uma jogada perigosa aos 25’ por Salvador Agra. Apesar da primeira parte monótona e sem muitas chances de golo, os adeptos das duas formações fizeram-se ouvir bem alto no Estádio do Bessa.

No capítulo disciplinar, João Capela mostrou um cartão amarelo a Mateus, do Boavista, aos 32’.

Golos e emoção bem-vindos ao Relvado

No reatamento, as equipas cedo demonstraram a vontade – a que tanto tinha faltado – de vencer o jogo. Com passes mais compridos e procura de espaços mais avançados nas costas das defesas contrárias, recomeçou o Boavista a lançar investidas fortes e rápidas, testando a qualidade da defesa avense. E conseguiu mesmo chegar à vantagem. Raphael Rossi, aos 58’, concretizou da melhor forma um pontapé livre cobrado desde o lado direito por Renato Santos. O marcador estava inaugurado. Cabia ao Desportivo das Aves ir atrás do prejuízo.

Ricardo Soares lançou Guedes e tirou Braga aos 62’ com o intuito de revitalizar o meio-campo, ao que Miguel Leal responde com Carraça a entrar para o lugar de Rochinha aos 74’.

Aos 69 minutos, os avenses sofreriam um enorme revés. Derley tentou desviar o cruzamento de Gauld, chocou com Vagner e viu o cartão vermelho, mostrado por João Capela após auxílio do videoárbitro. O Boavista não aproveitou a expulsão para ampliar o resultado. Os visitantes não desistiram e na ressaca da expulsão, foi o Desportivo das Aves a criar perigo. Com Guedes, Salvador Agra e Sami – este último em campo desde os 81’ – o perigo circundou a baliza portuense até quase o final do encontro, sempre com Vagner a parar remates e a brilhar, em intervenções cruciais que mantiveram a vantagem dos axadrezados.

O jogo pausou algum tempo para o árbitro melhor deliberar sobre o lance de expulsão de Derley, e isso resultou numa compensação final de 9 minutos. Ainda assim, o Boavista aguentou a vantagem e poderia ter sentenciado a partida, mas o remate de Carraça esbarrou num adversário.

O jogo terminou com a vitória dos boavisteiros que escalaram ao 13º lugar da classificação, passando à frente do Aves, do Chaves, do Moreirense, do Paços de Ferreira e do Portimonense, este último com menos um jogo – recebe esta segunda-feira o Marítimo.

Na conferência de imprensa que se seguiu ao final da partida, Miguel Leal mostrou-se satisfeito com o resultado. No entender do técnico boavisteiro, apesar da exibição não ter sido muito boa, a equipa mostrou estar melhor agora. “Foi uma vitória difícil, sofrida e com alguma ansiedade pelo meio. Aqui e ali, não se jogou muito bem, mas acima de tudo quisemos ganhar. Notei melhorias no processo ofensivo e no defensivo. Isso indica-me que estamos no caminho certo e a crescer. A vitória é justa, claramente.”.

Já Ricardo Soares, treinador do Desportivo das Aves, lamentou o resultado e a situação classificativa da equipa na Liga Portuguesa. “Entrámos bem no jogo. Tivemos o controlo absoluto do jogo na primeira parte. Na segunda parte, tivemos dez minutos maus e deitámos tudo a perder. Mesmo com dez, os jogadores foram bravos, criámos situações para fazer golo e pelo menos empatar. Não senti o adversário melhor do que nós.

“Não estou contente com o desempenho da equipa e todos nós temos que dar mais rapidamente inverter a situação, porque um ponto é manifestamente pouco para os quatro jogos que tivemos”, concluiu.

Artigo editado por Filipa Silva