Sindicalistas e empresas chegaram a acordo. Onze maquinistas passam a efetivos e estão garantidas alterações na categoria, escalas de serviço, horários de trabalho e condições de segurança e saúde. Contratações discutidas com o próximo operador.

O pré-aviso de greve que tinha sido apresentado pelos agentes de condução da Metro do Porto para o primeiro fim de semana de setembro foi retirado, esta quinta-feira, na sequência de um entendimento entre os representantes dos trabalhadores e as empresas Metro do Porto e Prometro, respetivamente concessionária e detentora da concessão do metro.

Ao JPN, António Medeiros, presidente do Sindicato dos Maquinistas (SMAQ), confirmou que já não haverá lugar à paralização no fim de semana da Red Bull Air Race, no qual se espera a entrada de centenas de milhares de pessoas nas cidades do Porto e de Gaia, depois da realização de duas reuniões tripartidas. “Encontrado aqui um acordo que possibilita a paz laboral e a laboração normal da empresa, com o compromisso da solução para os problemas que tínhamos colocado, não há justificação para a greve e a greve foi levantada”, declarou.

O acordo inclui, já na presente concessão, mudanças nos horários de trabalho e nas escalas de serviço; reforço das condições de segurança e de saúde, nomeadamente nas cabines de condução; e a passagem de 11 maquinistas que se encontravam com vínculo precário para vínculo definitivo.

Para o futuro, ficou ainda acordada a alteração da categoria profissional dos agora agentes de condução – “que não faz qualquer sentido” – para maquinistas.

Quanto a contratações, ainda de acordo com o SMAQ, “ficou assumido que que o efetivo é considerado insuficiente” mas a discussão em torno do número de contratações a fazer é adiada para quando for conhecido o novo concessionário do metro – está aberto um concurso internacional para o efeito o qual deverá estar concluído até ao final do ano.

“Nós entendemos que há um défice pelo menos de 30 maquinistas de uma forma direta para dar satisfação à atual operação”, considera António Medeiros. O número pode contudo sofrer alterações, mediante as alterações que forem entretanto produzidas. A garantia é a de que o sindicato será envolvido no processo de avaliação das necessidades do efetivo.

Há uma nova reunião agendada para 13 de setembro “para dar concretização a este entendimento”.

“Penso que fizemos um entendimento que é positivo, do ponto de vista do sindicato e dos maquinistas e também das empresas”, resume o presidente do SMAQ realçando que os problemas não são resolvidos no imediato mas passam a ter um calendário de resolução.