A confusão instalou-se ao final da tarde desta quinta-feira em Santa Catarina desde o primeiro momento da arruada que o Partido Socialista organizou para o candidato Manuel Pizarro. O ex-número dois da Câmara do Porto, agora principal adversário de Rui Moreira na corrida à presidência da autarquia, recebeu na principal artéria comercial da cidade, um banho de multidão.

O candidato, visivelmente animado pelo apoio, circulou como pôde de um lado para o outro da rua para entregar, a quem encontrava, uma rosa vermelha. Cerca de 1.500 estavam compradas para distribuir pelo público e não faltou quem estendesse o braço para receber uma.

Beijinhos, abraços e muitos sorrisos acompanharam o candidato ao longo do percurso um tanto atribulado na medida da dificuldade de circulação. Ao lado de Pizarro, era a ex-maratonista Rosa Mota quem lhe tentava seguir o passo. O secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, também esteve na Invicta para apoiar o candidato.

Em contraste com a arruada de Rui Moreira, cuja campanha prescinde de bandeiras e bombos, nesta a música e os militantes são agentes ativos no cenário. Pizarro destacou o “grande sinal” de apoio “nesta reta final de campanha”, “um sinal de que cada vez mais portuenses percebem que o PS se comportou durante estes quatro anos de governação da câmara com lealdade e com competência”.

E a palavra “lealdade” não foi escolhida ao acaso. Tal como a palavra “truques” que o atual presidente da Câmara tem usado para classificar as sondagens que o dão empatado com Pizarro. Serviram ambas para recuperar o episódio de separação entre os socialistas e o movimento de Rui Moreira, em maio, cuja “verdadeira razão” estará “ainda por justificar”. “Não foi o PS que usou truques para à vigésima quinta hora romper os acordos que estavam estabelecidos e também não é o PS que também a três ou quatro dias das eleições muda de estratégia para arranjar manchetes nos jornais”, declarou aos jornalistas a meio da arruada.

Manuel Pizarro disse também que, ao contrário de Rui Moreira, dispensa a maioria absoluta: “Não preciso de maioria absoluta. Preciso apenas que a maioria dos cidadãos do Porto vote no Partido Socialista para que eu seja presidente da Câmara e a equipa extraordinária que me rodeia possa governar a cidade”.

O périplo continuou por Santa Catarina com o candidato a admitir ao JPN que sente nesta fase um apoio reforçado face ao início da campanha e acredita que esse reforço resulta da “maneira séria” como se apresentou nesta campanha e por ter “a melhor porposta para o futuro do Porto”.

Manuel Pizarro encerra a sua campanha esta sexta-feira com uma visita, pela manhã, ao Centro Materno-Infantil do Norte. O primeiro-ministro António Costa estará na ação de encerramento, num jantar comício marcado para as 20h00 no Pavilhão Académico.

As eleições autárquicas decorrem no próximo domingo, dia 1 de outubro.