O FC Porto recebeu e venceu o Paços de Ferreira por 6-1 na nona jornada da Liga NOS. Uma vitória justa e expressiva em resposta à derrota europeia a meio da semana. Os dragões continuam invictos nas competições nacionais.

Ambas as equipas vinham de derrotas na última partida disputada, embora em contextos diferentes: o FC Porto perdeu frente ao RB Leipzig, num jogo a contar para a Liga dos Campeões; o Paços de Ferreira foi eliminado da Taça de Portugal pela Académica. Este sábado, no Estádio do Dragão, os da casa colocaram o mau jogo da Alemanha para trás das costas e arrancaram a vitória mais expressiva da época: goleada por 6-1, com bis de Marega e golos de Ricardo, Felipe, Corona e Aboubakar.

Os azuis e brancos inauguraram o marcador à passagem do quarto minuto, depois de um início rápido de jogo. Jogada construída pela direita do ataque portista, com Ricardo a combinar com Brahimi. O argelino devolveu e o defesa direito, já dentro de área, rematou para o fundo da baliza.

Ricardo, que esteve no banco em Leipzig, voltou à titularidade, assim como Corona. José Sá foi o dono da baliza, remetendo Casillas ao banco.

A resposta do Paços ao golo foi quase imediata. Herrera perdeu para Welthon no meio-campo e o brasileiro atirou forte para a baliza de Sá. Estava restaurada a igualdade ao minuto oito.

Welthon regressou ao “onze” pacense depois da derrota frente à Académica, assim como Marco Baixinho, Mateus e Mário Felgueiras.

Dez minutos passados e os azuis e brancos voltavam à vantagem. Desta feita foi Felipe. O marcador do primeiro tento portista isolou o central que, na cara do golo, bateu o guardião do Paços.

Os dragões continuavam a ameaçar e chegaram mesmo ao terceiro graças a uma combinação entre Aboubakar e Marega, com o maliano a fazer o seu sexto golo da Liga NOS. 3-1 era o resultado à passagem da meia-hora.

Marega, que recebeu o prémio de melhor avançado do mês de setembro, finalizou o quarto tento portista. Depois de uma jogada de bela circulação de bola, Herrera conectou as duas laterais e entregou a Ricardo, que fez a sua segunda assistência do jogo.

Saber gerir com os olhos na baliza

Na segunda parte, o FC Porto foi igual a si próprio. Em situações de vantagem, as linhas recuam e o estilo de jogo torna-se mais de posse, ao invés de um futebol direto.

Danilo perdeu uma ocasião flagrante ao minuto 53, quando rematou por cima da baliza com o guarda-redes batido. Três minutos depois, os adeptos da casa ainda gritaram golo quando Filipe colocou a bola na baliza pacense, mas o árbitro Manuel Oliveira, com a ajuda do vídeo-árbitro, invalidou o golo.

Aos 65 minutos, o FC Porto aumentou a vantagem através de Corona. Mário Felgueiras defendeu o primeiro remate de Marega, mas a bola sobrou para o mexicano que só teve de encostar.

As equipas começavam a abrandar o ritmo, com o resultado praticamente definido, mas os dragões continuavam com os olhos na baliza. À entrada do último quarto de hora, Aboubakar fez o sexto. Corona recuperou a bola na área e cruzou para o camaronês, que fechou a contagem no Dragão.

Os dragões voltaram a casa quase um mês depois e beneficiaram de exibições de alto de nível de toda a equipa para vencer uma formação do Paços que apresentou várias lacunas no contexto defensivo.

Para o FC Porto segue-se a visita do Leixões na terça-feira para a Taça CTT e, na próxima jornada da Liga, faz uma curta viagem até ao Bessa para defrontar o Boavista. Os dragões mantêm-se isolados no topo da classificação.

O Paços de Ferreira desce ao décimo segundo lugar. Na próxima jornada recebe um Estoril que vem de oito derrotas consecutivas.

“Foi uma resposta positiva naquilo que é o nosso objetivo”

O técnico dos dragões admitiu que a vitória era importante para ultrapassar a derrota frente ao Leipzig: “Durante a nossa caminhada, vão existir quedas e percalços, mas o mais importante é dar este tipo de respostas.”

Quando questionado sobre a troca de “onzes” titulares, Sérgio Conceição defendeu que a “equipa deve ser mudada consoante o jogo”: “Preparamos os jogos para ganhar, independentemente das mudanças.”

“A forma como jogamos e a humildade que ele tem para melhorar certos aspetos” foram apontadas pelo treinador para justificar o momento de forma de Brahimi.

“Tivemos abaixo daquilo que nos é habitual”

Vasco Seabra reforçou o que tinha dito na conferência de imprensa antes do jogo: “Sabíamos que era difícil contornar as adversidades do jogo.”

O técnico pacense desvalorizou o resultado expressivo e considerou que viu momentos bons: “Nem tudo está mal, nem tudo estava bem antes do jogo Temos um caminho a percorrer e no próximo jogo daremos uma resposta diferente.”

No geral, Vasco Seabra considerou que a sua equipa teve um dia mau: “Prefiro perceber que estivemos abaixo do habitual, sabemos que temos condições para fazer mais.”

Artigo editado por Filipa Silva