Dragões cedem primeiros pontos da época em casa, na Taça da Liga, frente ao terceiro classificado da segunda liga. Corona, Reyes e Marega estiveram perto mas não conseguiram marcar. O FC Porto não vence na competição há oito jogos, isto é, há quase três anos.

FC Porto e Leixões empataram a zero, esta terça-feira, no Estádio do Dragão, em jogo a contar para o grupo D da Taça da Liga. Os “dragões” controlaram o jogo e foram melhores mas os leixonenses foram uma equipa bem organizada e que soube dificultar a criação de oportunidades ao líder da primeira liga, que não conseguiu aproveitar, ainda assim, uma mão cheia de ocasiões de golo. O Leixões torna-se a primeira equipa a “roubar” pontos no Dragão esta temporada e lidera o grupo, sendo que tem mais um jogo que os portistas.

Apesar de apresentar um onze a fazer jus à vontade de ganhar esta competição, Sérgio Conceição fez sete alterações em relação ao onze que goleou a formação do Paços de Ferreira na última jornada do campeonato e estreou Galeno como titular na equipa principal. As mexidas fizeram-se sentir numa primeira parte jogada a um ritmo baixo e que careceu de ideias. Mérito para um bloco subido do Leixões que dificultou as ações dos portistas no último terço do terreno.

A equipa de João Henriques mostrou porque está no terceiro lugar da segunda liga. Ainda assim, o FC Porto ainda ameaçou a baliza defendida por André Ferreira por algumas vezes. Galeno atirou por cima aos 15 minutos, Hernâni rematou de bicicleta ao lado aos 17 e na sequência de dois cruzamentos para a área, Reyes (27′) e Felipe (42′) estiveram perto de marcar de cabeça. Sem nenhum ponta de lança fixo mas com dois avançados móveis, o Leixões foi tentando saídas rápidas por intermédio do médio Breitner mas acabou por não obrigar José Sá a aplicar-se.

Na segunda parte, o FC Porto conseguiu imprimir mais velocidade na circulação de bola o que acabou por resultar em mais oportunidades de golo. Logo aos 48 minutos, Galeno dispôs de uma oportunidade para marcar o segundo golo pela equipa principal, mas cabeceou por cima. A partir daí, foi preciso esperar 15 minutos para se assistir a nova ocasião de golo, desta feita com Aboubakar a cabecear por cima da baliza. Os “dragões” não conseguiam desfazer o nulo e Sérgio Conceição decidiu ir ao banco buscar a artilharia pesada para atacar a baliza leixonense. Em cerca de cinco minutos lançou Corona, Marega e Brahimi para os lugares dos desinspirados Hernâni e Otávio e do jovem Galeno.

Poderia dizer-se que tais alterações pecaram por tardias já que foi destes jogadores que surgiram as melhores oportunidades para os portistas em todo o desafio. Aos 73 minutos, Brahimi libertou-se dentro de área e assistiu Corona que rematou de primeira com a bola a passar muito perto do poste esquerdo da baliza de André Ferreira. Apenas cinco minutos depois, é o central Diego Reyes que aproveitou uma bola dentro de área e quase que tirou tinta ao outro poste da baliza do Leixões.

Duas ocasiões flagrantes dos portistas às quais respondeu Evandro Brandão, aos 81 minutos, com um remate forte por cima da baliza de José Sá, após um bom lance individual. Foi talvez a melhor oportunidade para os leixonenses, juntamente com alguns lances de bola parada que podiam ter sido mais perigosos para o guarda-redes portista. Marega teve na cabeça, aos 86 minutos, a derradeira chance para os “dragões”, mas não conseguiu finalizar, ele que até esteve de pé quente no passado sábado, ao apontar dois golos na vitória portista sobre o Paços.

O Leixões volta a empatar com o FC Porto sete anos após o último encontro entre as duas equipas, que resultou num nulo no Estádio do Mar. Faz o que nenhuma equipa da primeira liga fez até ao momento (pontuar no Estádio do dragão) e lidera o grupo D com quatro pontos, fruto da vitória sobre o Paços de Ferreira no primeiro jogo. O Rio Ave é segundo com um ponto conquistado em casa frente ao Paços. O FC Porto é terceiro e o Paços quarto, ambos com um ponto. FC Porto e Rio Ave têm um jogo a menos, que se disputa a 21 de Dezembro, no Estádio do Dragão. Na última jornada, o FC Porto vai a Paços de Ferreira enquanto que o Leixões se desloca a Vila do Conde para defrontar o Rio Ave.

“Temos a plena convicção que vamos passar”

No final do encontro, Sérgio Conceição não escondeu a insatisfação com o resultado mas deixou bem claro o pensamento da equipa: “Temos a plena convicção que vamos passar”. Para o técnico a equipa criou situações para ganhar até por mais que 1-o mas também admitiu que “a equipa controlou o jogo mas faltou agressividade e diversidade ofensiva”.

O FC Porto não ganha há oito jogos para a Taça da Liga mas Sérgio Conceição aponta o foco para a conquista inédita da prova: “estamos conscientes que podemos ganhar este troféu e não me compete falar do passado”.

“Os meus jogadores agigantaram-se”

Já João Henriques disse estar “muito orgulho do grupo de trabalho” que se apresentou consoante o que havia sido planeado. Para o treinador, o Leixões fez “uma primeira parte extraordinária”, jogando com um bloco médio e não deixando o FC Porto construir. O técnico visitante deixou claro que a equipa tentou marcar e ganhar o jogo e que os seus jogadores se “agigantaram” frente a um adversário com uma média de 4,2 golos em casa e mas que não marcou neste jogo.

Por fim, apontou para os quatro pontos do Leixões na Taça da Liga, já que, no entender do treinador, “todos pensariam que o Leixões seria último classificado do grupo”.

Artigo editado por Filipa Silva