O Edifício Principal da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) vai ser objeto de uma intervenção profunda que obrigará ao seu encerramento temporário.

A mudança para as instalações provisórias, que estão a ser colocadas no parque de estacionamento junto à rua Dr. Roberto Frias desde o dia 23 de outubro, está prevista começar a 16 de dezembro, imediatamente após o final das aulas do primeiro semestre letivo.

Durante 13 meses, aulas e exames serão realizados nos monoblocos ou no Edifício das Pós-Graduações (EPG), que continuará a funcionar em pleno.

As obras de requalificação vão abranger o edifício principal da FEP, o obelisco, à entrada do edifício, e o conjunto de casas rurais na Quinta de Lamas. Vai ser também instalada uma cantina num edifício novo, pelos SASUP, que libertará espaço no edifício principal para as atividades curriculares.

Em detalhe, a remodelação vai incidir sobre as instalações sanitárias, as fachadas do edifício, as paredes interiores, a caixilharia, o aquecimento, as salas de aula, os gabinetes, os serviços, os espaços das organizações de estudantes, a iluminação e o pavimento. Para além das zonas mais visíveis, será também remodelada toda a zona técnica, o saneamento, o fornecimento de água e o aquecimento/arrefecimento do Salão Nobre.

A renovação da Faculdade vai custar 5.637.090 euros, com IVA incluído.

Para José Varejão, diretor da FEP, “trata-se de um investimento no futuro da Faculdade e nos seus estudantes que, como todos os investimentos, terá um custo no presente que procuraremos minimizar, mas que não poderemos evitar”, declarou ao JPN.

O diretor assegura que a intervenção resultará num “edifício totalmente renovado e equipado para responder às atuais necessidades da formação em Economia e Gestão” e que serão criadas instalações adicionais “para o desenvolvimento de projetos extracurriculares” que não encontram condições adequadas nos dois edifícios atualmente disponíveis.

Francisco Oliveira

Francisco Oliveira Foto: Abigail Baptista

“Um dos principais problemas que esta obra pretende resolver é a falta de condições dos auditórios da FEP. São muito frios, estão sempre cheios, não há espaço para o estudante, as cadeiras estão todas umas em cima das outras”, explica Francisco Oliveira, coordenador do Departamento do Estudante e Política Educativa da Associação de Estudantes da FEP.

Rita Bessa, atualmente no primeiro ano do mestrado em Gestão, estuda na FEP há quatro anos. Nunca teve aulas em estruturas pré-fabricadas, mas não está assustada. “Há quem diga que é melhor, porque até temos direito a aquecimento e a ar condicionado. Vai ser um bocadinho difícil habituarmo-nos no início, mas acho que depois vai ser igual”, perspetiva a aluna.

José Varejão tranquiliza qualquer preocupação que haja relativamente à manutenção das condições de ensino, garantindo que “as salas de aula das instalações provisórias terão a mesma capacidade do que as salas existentes no Edifício Principal da FEP”.

Para a aluna de Gestão, “os espaços de convívio, de alimentação e de estudo” vão ser os mais problemáticos. “Acho que, supostamente, nem vai haver biblioteca, o que vai prejudicar o funcionamento de tudo no geral”, refere a aluna ao JPN.

Rita Bessa

Rita Bessa Foto: Abigail Baptista

Sobre isso, o diretor da FEP esclarece: “durante a realização da obra serão mantidos os serviços de impressão e de informática, os serviços de biblioteca e os serviços de bar, quer nas instalações provisórias, quer no Edifício Principal”. Além disto, segundo José Varejão, as instalações temporárias preveem espaços para as organizações estudantis.

Quanto ao estacionamento, a comunidade académica conta, neste momento e até ao final das obras, com o parque de estacionamento com entrada pela Rua Actor Ferreira da Silva e com um parque provisório localizado na Quinta de Santo António, com entrada pela mesma rua.

A Associação de Estudantes da FEP tem acompanhado o processo e está satisfeita com o trabalho da direção. “Acho que a direção tem feito um trabalho espetacular. Tudo foi feito com imensa transparência”, declarou Francisco Oliveira.

O projeto da obra foi elaborado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (CEFA-UP) e a obra foi adjudicada às empresas Norcep – Construções, SA e Alberto Couto Alves, SA.

“No final, a Faculdade ficará em melhores condições para continuar a formar as futuras gerações de economistas e gestores, assegurando melhores condições de ensino, aprendizagem, investigação e trabalho a todos”, é a promessa que o diretor José Varejão deixa.

Artigo editado por Filipa Silva