A gestão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) está oficialmente nas mãos das autarquias. A nova administração tomou posse esta terça-feira na presença do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes. As  competências de gestão da empresa passam do Estado para os seis municípios servidos pela rede de transportes – Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Maia, Gondomar e Valongo.

Na cerimónia de nomeação do novo Conselho de Administração o presidente da Câmara do Porto destacou que o acordo estabelecido entre os seis municípios foi “notável”. Rui Moreira não escondeu, no entanto, o desagrado com a demora do processo, uma vez que o Tribunal de Contas só aprovou o novo modelo em agosto de 2017 – mais de meio ano depois de o Governo, as autarquias e a Área Metropolitana do Porto terem chegado a um entendimento.

“Esta foi uma prova de confiança sobre a desconfiança que ainda prevalece. As Câmaras também são Estado, por isso, não se percebe porque se demorou um ano para resolver questões entre os próprios setores do Estado”, disse o presidente da Câmara do Porto.

A presidência da STCP passa a ser assegurada pelo gestor financeiro Paulo Azevedo, indicado pela Câmara do Porto para o cargo.  A nova administração integra ainda Ângelo Oliveira, administrador executivo, nomeado pelas outras autarquias da Junta Metropolitana do Porto e Isabel Vilaça, administradora financeira, indicada pelo Governo. Avelino Oliveira e Paula Ramos são os dois administradores não executivos.

 O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, elogiou o novo modelo de gestão da rede de transportes e sublinhou que “a flexibilidade ganha muito se for gerida à escala local”.
A sustentabilidade financeira e ambiental é uma das prioridades da STCP  que prevê a chegada, para breve, de 188 novos autocarros, de elevada performance ambiental, 15 dos quais totalmente elétricos. Nos últimos dois anos, a rede de transportes viu o número de passageiros aumentar em três milhões.