Ser um simulador da vida real. Eis a característica que, passados 18 anos, ainda serve para justificar a popularidade do “The Sims”. Os números ajudam a perceber a dimensão do fenómeno. Só o “The Sims 4”, a geração mais atual do jogo, com apenas dois meses de lançamento vendeu mais de 1.10 milhões de cópias em todo o mundo. E apenas em meio ano, os amantes do “The Sims” jogaram o equivalente a mais de dez mil anos em horas de jogo.

Até 2016 tinham sido criados no “The Sims 4”, 32 milhões de Sims, aproximadamente a população da cidade de Nova Iorque multiplicada por quatro.

Há milhões de pessoas que continuam a jogar “The Sims” e a acompanhar as evoluções do jogo. E se há 18 anos os Sims só tinham a capacidade de construir casas, hoje possuem inteligência e emoções cada vez mais complexas.

A primeira versão

The Sims (Os Sims, em Portugal) é um jogo que simula a vida real, produzido pela Maxis e distribuído pela Eletronic Arts desde 2000.

Além de dar nome ao jogo, os Sims são as personagens que habitam o universo criado pelo designer Will Wright.

Inicialmente, o título foi pensado como um simulador de arquitetura, com os Sims a terem apenas a capacidade de criar casas ou lotes comerciais. No entanto, durante o seu desenvolvimento, dar vida aos Sims mostrou-se mais interessante. Os Sims relacionam-se com outras personagens e ambientes, falam Simlish e agem de forma expressiva.

Como na vida real, os Sims possuem necessidades – mesmo as de caráter fisiológico -, de relacionamento e de realização profissional. O jogador controla essas necessidades através de um painel de controlo e deve satisfazê-las, de modo a garantir que o seu Sim seja feliz e saudável.

Os Sims também têm empregos – pode até ser despedido – e filhos. Neste capítulo, a ‘genética’ funciona uma vez que a prole pode herdar os traços físicos e psicológicos dos ‘pais’.

O Sim pode tirar férias, pedir folgas, promoções, fingir que está doente para não ir trabalhar e, quando envelhece, pode reformar-se.

Uma das características que distingue este jogo de todos os outros é a sua perpetuidade. O jogo não acaba, uma vez que não há formas de vencer ou um objetivo em concreto, a não ser o de viver a rotina e a vida como os humanos o fazem no planeta terra.

Os jogadores de Sims – os chamados Simmers -, podem, então, jogar para sempre, pois os seus Sims terão filhos, seguindo o ciclo da vida real.

Novas emoções, desejos e medos

Em setembro de 2004, a Maxis lançou o The Sims 2. Este segundo jogo apresentava um ambiente mais real, com grafismos apenas em 3D, ao contrário da inicial combinação 2D/3D do jogo original.

Desta vez, cada Sim detinha a sua aspiração específica, desde o romance à riqueza. Desejos e medos. O jogo recebeu oito expansões, com novas atividades: “Na Universidade”, “Aberto para Negócios”, “Na Noite”, são exemplos.

Todas elas permitiam dar um passo em frente na corrida pela conquista de um jogo cada vez mais próximo da vida real.

Os traços de personalidade

No verão de 2009, o “The Sims 3” chegou para proporcionar aos jogadores a liberdade de criar Sims únicos, com novas funcionalidades. Tornou-se possível, por exemplo, a criação de traços de personalidade específicos.

A maior inovação foi, talvez, o surgimento de novas vizinhanças, onde os Sims poderiam explorar livremente a cidade, o que não acontecia nas versões anteriores. Ou a expansão “Ambições”, com novos empregos que possibilitavam o jogador controlar os seus Sims enquanto estes trabalhavam.

Evolução de uma Sim ao longo das quatro gerações de The Sims

Foi ainda nesta versão adicionada a expansão “Volta ao Mundo”, que trouxe para o jogo a possibilidade de viajar para três lugares baseados em países reais: China, Egito e França.

A atual realidade do virtual

“The Sims 4” é a versão mais atual do jogo no mercado, onde foi lançado em maio de 2013. Assim como nos jogos anteriores, no “The Sims 4” os jogadores podem controlar os seus Sims, na vida  laboral até à diversão ou no domínio das suas atividades artísticas.

A grande inovação desta versão passa pelas emoções mais complexas que passam a ser possíveis: Sims mais inteligentes, mais realistas e mais ricos emocionalmente.

Os jogadores podem escolher as personalidades dos seus Sims, selecionar ambições e explorar os objetivos de vida através dos seus pensamentos, habilidades, carreiras e lembranças.

Também as ferramentas de criar um Sim e construir uma casa são mais avançadas e intuitivas.

Relativamente aos pacotes de expansão, foram lançados, até agora, “Ao Trabalho”, “Todos Juntos”, “Vida na Cidade”, “Retiro Ao Ar Livre”, “Dia De Spa” e “Vampiros”. Expansões estas que continuam a ser desenvolvidas até, talvez, a chegada de um “The Sims 5”, uma versão que deve estar ainda longínqua da realidade.

Para já, e para comemorar os 18 anos, foi lançado um novo cabelo e novos tons de pele, além de uma t-shirt comemorativa do aniversário.

Artigo editado por Filipa Silva