São 773,5 quilómetros sobre rodas. Os pedais tomam conta do sul do país na 44ª edição da Volta ao Algarve. A prova arranca esta quarta-feira, dia 14, e termina no domingo, dia 18. José Carlos Gomes, responsável pela comunicação da Federação Portuguesa de Ciclismo, destaca a “qualidade dos participantes” como fator diferenciador da prova.

Ao JPN, José Carlos Gomes explica que a primeira divisão mundial do ciclismo – World Tour – é formada por 18 equipas e que, destas, 13 vão participar na prova algarvia. “A Volta ao Algarve costuma ser a prova em todo o mundo que não pertence ao World Tour – está num segundo escalão – com mais equipas dessa primeira divisão”, adianta.

José Carlos Gomes realça que a nível das grandes estrelas internacionais a prova tem “o melhor pelotão dos últimos anos ou até, talvez, o melhor pelotão de sempre na Volta ao Algarve”.

Clima temperado e grande qualidade hoteleira do Algarve são duas das razões que atraem participantes para a prova algarvia

Questionado sobre o que atrai os participantes, José Carlos Gomes destaca o percurso da prova. O responsável de comunicação lembra que “neste momento, a Volta ao Algarve está a concorrer com corridas noutras partes do mundo que têm orçamentos muito superiores à corrida portuguesa”, mas sublinha que apesar do orçamento mais reduzido a prova nacional “tem aquilo que interessa às principais equipas e aos principais corredores, ou seja, um percurso que se adapta a esta altura da temporada”.

O assessor explica ao JPN que o ciclismo está em início de época e “aquilo que é importante para os corredores é um percurso variado” e garante que isto é o que encontram no Algarve. José Carlos Gomes esclarece que a prova se divide em cinco etapas, duas para sprinters, um contrarrelógio individual, e duas em montanha.

Além do percurso, José Carlos Gomes indica outras duas razões que constituem um grande atrativo da prova nacional: o clima e a boa qualidade da oferta hoteleira no Algarve. O assessor refere que grande parte dos corredores e ciclistas vêm do Norte e do centro da Europa, locais muito difíceis para a prática do ciclismo nesta altura do ano pelas baixas temperaturas que se fazem sentir. Já no Algarve o clima é temperado.

Alterações no percurso

O assessor explica que como o percurso tem constituído o principal atrativo para as estrelas internacionais, o conceito mantém-se, mas com algumas alterações.

Nas provas ao jeito dos sprinters não há alterações. O contrarrelógio, com partida e chegada em Lagoa, está “muito mais adaptado aos grandes especialistas da modalidade que o anterior”. Os trepadores terão a primeira oportunidade no segundo dia da competição. A prova inicia-se em Sagres e Termina no alto da Fóia, ponto mais alto do Algarve, alcançado da forma com mais quilómetros de subida, em oposição a soluções encontradas em anos anteriores.

A prova termina no alto do Malhão, como é habitual, mas desta vez a partida será em Faro.

Nomes de peso de fora

Raúl Alarcón da W52-FC Porto, vencedor da Volta a Portugal, teve um acidente na Prova de Abertura do calendário nacional de ciclismo. Segundo noticiou o Jornal de Notícias, o corredor espanhol não teve lesões graves, mas não recupera a tempo da Volta ao Algarve. Ainda nas equipas portuguesas, José Carlos Gomes salienta a ausência de Sérgio Paulinho da EFAPEL.

Ciclistas e equipas em competição

Além das 13 equipas que integram a primeira divisão mundial do ciclismo, vão participar na Volta ao Algarve três equipas continentais profissionais  (do segundo nível internacional) e nove do escalão continental (terceiro nível internacional).

As nove equipas do escalão continental são compostas por todas as portuguesas profissionais. José Carlos Gomes avança que perante uma corrida de tão grande nível, a Federão Portuguesa de Ciclismo, responsável pela organização da prova, entendeu “que era importante permitir a todas as equipas portuguesas a oportunidade de defrontarem os melhores do mundo”.

Campeões nacionais de 15 países participam na Volta ao Algarve

A competição conta com a participação de muitos corredores “interessantes” que “serão líderes das suas equipas na volta à França”, adianta José Carlos Gomes. Nesta circunstância estão dois corredores da Sky, Geraint Thomas – vencedor da Volta ao Algarve em 2015 e 2016 – e Michal Kwiatkowski, que ganhou a competição em 2014.

Outro dos destaques da corrida é o australiano Richie Porte – que integra a BMC Racing Team e venceu a prova em 2012 – e o irlandês Daniel Martin, corredor da UAE Team Emirates.  Pela parte da Quick – Step Floors – equipa que, segundo José Carlos Gomes, mais vitórias consegue anualmente – a aposta para o Algarve é o luxemburguês Bob Jungels.

Além destes corredores, a prova nacional conta ainda com “um número muito grande de campeões nacionais de 15 países”, assim como com o campeão europeu de contrarrelógio. A disputa permite também a “oportunidade de ver grande parte dos melhores corredores portugueses que representam equipas estrangeiras e foram escolhidos para estar presentes nesta corrida”.

Algarve Granfondo: uma prova para os amadores

Em paralelo com a Volta ao Algarve acontece uma prova de participação popular: Algarve Granfondo.  A inscrição é permitida a qualquer ciclista amador. José Carlos Gomes explica que há dois percursos, Mediofondo e Granfondo, com 73 e 119 quilómetros respetivamente. A prova é disputada no próximo sábado, dia 17, e tem partida e chegada em Tavira, local onde termina a etapa da Volta ao Algarve desse dia. Os participantes podem permanecer no local após a prova e assistir à chegada.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro