O Benfica recebeu e goleou o Boavista, este sábado, por 4-0 em jogo a contar para a 23ª jornada da Liga NOS. Os centrais dos encarnados começaram a dar forma à goleada do Benfica na primeira parte. O auto-golo de Nuno Henrique, e o golo de Jimenez, já ao cair do pano, completaram o marcador no segundo tempo.

Na antevisão da partida, Jorge Simão desconfiou da anunciada ausência de Jonas, e o palpite foi “em cheio”: o brasileiro foi titular. Rui Vitória repetiu assim o onze que venceu na semana passada em Portimão, com Zivkovic no meio-campo e Rafa na direita. Jorge Simão também fez jogar o mesmo “onze” que derrotou o Vitória de Guimarães no Estádio do Bessa.

O ataque aéreo dos centrais encarnados

O Boavista entrou bem na partida, a apresentar boas ideias de jogo: confortável no meio-campo encarnado, assumiu a iniciativa de jogo. Mas este entusiasmo inicial axadrezado desvaneceu-se muito rapidamente.

Se os primeiros minutos do jogo se aproximaram do “Boavistão” de outros tempos, que Jorge Simão falou na conferência de imprensa, no resto da primeira parte esteve mais próximo o Boavista que disputava a terceira divisão há pouco mais de quatro anos.

À passagem do quarto de hora, o central axadrezado Rossi fez falta sobre Cervi dentro da área. Vágner foi herói e travou o remate de Jonas. Mesmo com o pénalti falhado, a equipa encarnada embalou para uma primeira parte dominadora.

Destaque para toda a ala esquerda da turma de Rui Vitória: Grimaldo, Zivkovic e especialmente Cervi. Este trio foi a maior dor de cabeça para a defesa do Boavista, com constantes triangulações perfeitas, sem hipótese para Carraça, lateral direito do Boavista.

Os golos vieram curiosamente de outro setor da equipa benfiquista, pela cabeça dos centrais. Na sucessão de cantos batidos por Cervi, Rúben Dias fez o primeiro, aos 17 minutos. Mesmo no fim do primeiro tempo, à passagem do minuto 44, novo canto batido pelo argentino (quem mais poderia ser?) teleguiado para a cabeça do outro central, Jardel, sem hipótese para Vágner.

“No melhor pano também cai a nódoa”. Vágner foi o salvador do Boavista ao defender de forma muito competente o pénalti difícil de Jonas. Já no golo de Rúben Dias dá a impressão que poderia ter feito melhor. O cabeceamento é difícil: tenso e à queima-roupa, porém, o guarda-redes defende para dentro da baliza.

Boavista melhorou mas já não foi a tempo

Jorge Simão lançou o ponta de lança Mateus ao intervalo, e a equipa reagiu de forma positiva. À passagem do minuto 58, surgiram duas ocasiões de perigo para a equipa axadrezada. Bruno Varela saiu muito mal da baliza num canto, mas o Boavista não aproveitou. Dois minutos depois, Mateus rematou de longe mas a bola saiu ligeiramente ao lado.

Apesar do resultado, a equipa da cidade Invicta não deu o jogo por perdido e tentou lutar pelo resultado. O Benfica controlou a partida e matou o jogo quando surgiu a oportunidade, ou neste caso, quando a sorte bateu à porta.

Para sorte dos encarnados, ou azar do Boavista, numa jogada infeliz da defesa dos visitantes, Talocha cabeceou a bola contra o companheiro Nuno Henrique e a bola acabou por entrar. O 3-0 matou o jogo e o Benfica ainda teve tempo de fazer o quarto, por Jimenez.

O Boavista foi campeão em 2001. A equipa na altura comandada por Jaime Pacheco era conhecida por ser agressiva, por vezes em demasia. Na segunda parte ainda se viu um pouco desse Boavista aguerrido e lutador, mas o resultado não foi o mesmo. A pantera saiu goleada do Estádio da Luz e volta para a cidade Invicta a lamber as feridas, com os mesmos 30 pontos cm que tinha saído de casa.

“Vitória justa mas os números são exagerados”

Jorge Simão, técnico do Boavista, resumiu a partida em poucas palavras: “A vitória do Benfica é justa, mas os números são exagerados. Uma primeira parte má, uma segunda parte boa”.

O treinador português mostrou vontade de melhorar o rendimento da sua equipa fora de casa: “Tenho a ambição e acho que conseguimos fazer tantos pontos fora como no Bessa, apesar que em casa temos a energia dos adeptos”.

“Tivemos oportunidades claras de golo e podíamos ter chegado ao 2-1, e isso ia lançar o pânico no Estádio da Luz, porque senti que estávamos por cima. Mas isso não aconteceu, e o Benfica acabou por fazer o terceiro e o quarto”, rematou.

“Cada jogo é como se fosse uma final”

Já Rui Vitória mostrou-se muito satisfeito com o jogo da sua equipa: “Um jogo muito bem conseguido, uma boa exibição, os jogadores fizeram tudo o que planeamos. Chegamos ao fim do jogo com a sensação que o 4-0 é um resultado natural, mas este natural dá muito trabalho, somos empenhados, rigorosos e muito dedicados”.

O treinador reforçou a importância de cada partida até ao fim do campeonato e realçou a experiência da equipa: “Sabemos viver as vitórias e a liderança. Temos que nos focar nos jogos como se fossem finais e dar tudo em cada jogo”.

Artigo editado por Filipa Silva