A Longa Noite de Camilo – com texto e encenação de Pedro Estorninho – celebra a vida e a antecipação da morte do autor português Camilo Castelo Branco. A estreia da peça acontece no dia 28 de fevereiro no Teatro Carlos Alberto.

Para Pedro Estorninho trazer o autor para o palco “sempre foi um sonho” e fazê-lo representando o momento anterior à morte de Camilo Castelo Branco é ainda mais especial: “Aquela hora e 45 minutos antes de ele morrer interessou-me sempre. Tudo era tão trágico na vida dele, até ao ponto de ser cómico. Até na morte foi diferente, um homem que dá um tiro e não morre”.

Ana Plácido, a grande paixão de Camilo, é lembrada na peça Foto: Susana Neves

Ao longo de sensivelmente uma hora, o público poderá assistir à fase em que a cegueira tomou conta da vida de Camilo, assim como às várias tentativas desesperadas do escritor para encontrar a cura, ao recorrer ao médico oftalmologista Edmundo Magalhães Machado. Ana Plácido, escritora e grande paixão do autor, também é lembrada ao longo da peça.

Em A Longa Noite de Camilo, a vida e a morte do autor é celebrada através da interpretação e comentários dos fantasmas futuristas de Camilo a partir da notícia publicada no dia posterior ao suicídio, dia 2 de junho de 1890, sempre sob o olhar do próprio autor.

Os fantasmas futuristas de Camilo relembram a vida e morte do autor Foto: Susana Neves

De forma a tornar a peça mais envolvente, o encenador Pedro Estorninho escolheu apenas atores que tivessem uma “afinidade literária com Camilo”. O ator principal, Mário Moutinho, que dá vida à personagem principal, considera que a seleção dos atores contribui para que o espetáculo seja “um desafio de enorme responsabilidade, mas também de um grande prazer”.

A Longa Noite de Camilo vai estar em cena até ao dia 3 de março, com a apresentação de um concerto e lançamento do CD Cancioneiro Musical Português no último dia do espetáculo.

A coprodução Teatro Nacional São João e TEatroensaio pode ser vista de quarta a sexta-feira, às 21h00, e no sábado, às 19h00. Os bilhetes custam dez euros.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro