A primeira edição do Prémio PORDATA Inovação foi em 2015. Na altura, o indicador do Equilíbrio Orçamental e o Índice de Gini na Saúde foram os vencedores. Três anos depois, o projeto vai para a quarta edição, mas a missão não se alterou. “O que pretendemos com esta iniciativa é aprofundar o conhecimento”, afirma Maria João Valente Rosa, diretora do plataforma, ao JPN. Como? Encontrando indicadores estatísticos inovadores que ainda não constem da PORDATA.

Tal como nos anos anteriores “qualquer cidadão ou grupo de pessoas” pode entregar uma candidatura. No entanto, Maria João Valente Rosa afirma que “os alunos universitários, professores universitários e investigadores, por estarem mais próximos da produção de conhecimento encontram-se, particularmente, bem posicionados para concorrer a este prémio.” Sublinha, contudo, que pessoas “de todas as áreas estão habilitadas para participar neste concurso.”

Os candidatos podem concorrer com três tipos de indicadores:

  1. Indicadores já existentes, que foram desenvolvidos por outros mas que não pertencem à base de dados da PORDATA.
  2. Indicadores desenvolvidos pelo(s) candidato(s), propostos para outros trabalhos já publicados.
  3. Indicadores inéditos desenvolvidos com o fim de concorrer ao prémio.

A avaliação dos indicadores será feita por um júri, um representante da PORDATA e os coordenadores científicos da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). Até dia 23 de maio, qualquer pessoa poderá entregar uma ou várias candidaturas. A escolha dos vencedores tem em conta o caráter inovador dos indicadores, a relevância e garantia de atualização dos dados do indicador pela FFMS, sem recurso a programação estatística.

As propostas serão premiadas segundo as categorias. Na primeira, por cada indicador premiado, os vencedores recebem a coleção de ensaios da FFMS. Na segunda, por cada indicador premiado recebem 1.500 euros e, na última categoria, cada indicador premiado recebem 2.500 euros.

Os escolhidos serão anunciados até ao fim do ano.

A PORDATA, as estatísticas e as pessoas

A PORDATA é um projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos, criado a 23 de fevereiro de 2010, há precisamente oito anos.

Aproximar as estatísticas das pessoas foi o mote. Maria João Valente Rosa defende que “somos nós [sociedade] que de algum modo somos responsáveis pelos resultados que depois as estatísticas refletem” e por isso, este “é um assunto que interessa a todos”, afirma.

A Base de Dados do Portugal Contemporâneo trabalha com cerca de 60 organismos promotores de estatísticas oficiais, o principal é o Instituto Nacional de Estatística.  Os números são tratados por estes organismos e, ao serem incluídos na plataforma, ganham o “selo de confiança PORDATA”.

Para a diretora da instituição, “a informação serve para pouco se não estiver ao serviço daquilo que é mais importante, o conhecimento”.  Maria João Valente Rosa acredita, também, que a missão da PORDATA “é dar a informação de uma forma que as pessoas consigam incorpora-la, pensar sobre ela e depois também tomar as suas decisões”.

Há oito anos que o projeto traz novidades, novas áreas e indicadores que enriquecem o mundo das estatísticas portuguesas e europeias.

Artigo editado por Filipa Silva