De 1 a 4 de março, a Maia volta a transformar-se no epicentro da ginástica ao nível global. O XII Maia Internacional Acro Cup (MIAC) é o maior torneio gímnico já alguma vez realizado em Portugal. Ao mesmo tempo, e pelo sétimo ano consecutivo, decorre a Taça do Mundo de Ginástica Acrobática (VII Maia Acro Fig World Cup), a maior prova de ginástica acrobática ao nível mundial.
Os dois eventos vão reunir no Complexo de Ginástica da Maia mais de mil ginastas e, pela primeira vez, no 12º MIAC haverá atletas em todas as categorias de competição. Já a Taça do Mundo envolve apenas ginastas do escalão sénior de elite.
Na edição deste ano, vão estar 66 delegações oriundas de 19 países. Pela primeira vez, Cabo Verde vai fazer-se representar por uma delegação no evento que marca a estreia internacional do conjunto africano.
A organização do evento é responsabilidade do Acro Clube da Maia e da Federação Portuguesa de Ginástica, com a colaboração da Câmara Municipal da Maia. Recorde-se que o Acro Clube da Maia tem marcado presença em todos os campeonatos europeus e mundiais desde a sua criação em 2004.
Em relação à Taça do Mundo, a prova será a maior de sempre realizada em Portugal, com a presença de 34 pares/grupos. Portugal apresenta-se no evento com uma equipa completa: par feminino, par misto, trio feminino e quadra masculina. Destes, a quadra masculina pertence ao Acro Clube da Maia.
Lore Vanden Berghe e Noemie Lammertyn (par feminino belga); Henrique silva/ João Pereira/ Henrique Piqueiro/ Miguel Silva (quadra masculina portuguesa); Mariana Candeias e Marta Nunes (par feminino português); Robin Casse e Kilian Goffaux (par masculino belga); Ivan Nesterenko e Elena Murashko (par misto russo); Karina Sandovich/Veranika Nabokina/Julia Ivonchyk (trio feminino russo). Estes são alguns dos nomes que mais vão chamar a atenção dos espectadores no Complexo de Ginástica da Maia.
Os bilhetes para o evento variam entre os 10 euros (bilhete de sessão) e os 45 euros (Passe Geral). Para quem quiser assistir a um dia completo, o bilhete custa 18 euros.
“Uma das maiores dificuldades é a falta de apoios e patrocínios”
Em declarações ao JPN, Lourenço França disse que Portugal e a Maia são um exemplo tanto a nível organizativo como competitivo: “Organizámos dos maiores e melhores eventos de Ginástica Acrobática do mundo e temos muitos campeões mundiais e europeus. Há poucos países que conseguem as duas coisas”, afirma.
O diretor técnico salientou que a organização do evento é quase toda voluntária e isso “requer uma paixão muito grande de todos os envolvidos”.
Mais de mil ginastas competem na Maia entre 1 e 4 de março. Foto: Inês Fraga
Lourenço França acredita que a falta de apoios é um grande obstáculo: “Uma das maiores dificuldades é a falta de apoios e patrocínios. O evento envolve mais de duas mil pessoas, lota oito dos nove hotéis da Maia e vão ser servidas cerca de 15 mil refeições, mas os apoios são poucos”.
O treinador do Acro Clube da Maia considera que a ginástica acrobática “é pouco valorizada como todas as outras modalidades amadoras” em Portugal. Lourenço França afirma que a modalidade podia ter “mais apoios e mais visibilidade” se “os jornais desportivos dessem mais destaque” à ginástica. No entanto, “não é isso que vende”, na opinião do organizador.
“Durante uma semana a Maia fica cheia de gente. É espetacular para o turismo”
A Maia vai acolher um evento de grande envergadura e as vantagens para a cidade são muitas: “Durante uma semana, a Maia fica cheia de gente. É espetacular para o turismo. E para todos os jovens que gostam do desporto é espetacular poderem ver aqui os melhores do mundo a preços tão convidativos”, contou o diretor técnico.
O evento vai acolher mais de mil atletas mas a procura é ainda maior. No ano passado, as inscrições “eram o dobro daquilo que o evento podia acolher”. Lourenço França explica que a organização “tem de recusar gente” porque “em três dias não é possível haver tempo para todos competirem”.
O Acro Clube da Maia vai estar representado na quadra masculina na Taça do Mundo, mas para o treinador principal o primeiro lugar “não é objetivo”. A prioridade é “fazer três bons exercícios” e se “isso acontecer podemos sonhar com muitas coisas”, completou Lourenço França.
Artigo editado por Filipa Silva
