Depois da primeira edição em setembro do ano passado em Lisboa, o Festival P repete a dose, mas desta vez no Porto. Este sábado, o Hard Club recebe o evento realizado pelo “Público” que pretende juntar quem faz o jornal, quem o lê e quem nele anuncia.

Levar o Festival P para o Porto, de onde os media têm gradualmente saído, é “uma forma de o Público marcar presença”, sublinha Amílcar Correia, diretor executivo do “Público”, ao JPN.

O jornalista contou ao JPN que o espírito de comunidade resultante da primeira edição os incentivou a “tornar o festival itinerante e fazer com que este esteja presente no país inteiro”.

Amílcar Correia adianta ainda que, apesar de não haver nada definido, existe a possibilidade de repetir o evento sempre que haja pretextos para tal: “Porque não em Braga na Páscoa? Porque não em Faro no verão?”.

O programa do festival inclui cultura, jornalismo, política e youtubers.

Ao contrário da edição anterior, organizado em torno de alguns dos suplementos do “Público”, o Festival P é dividido agora por temas.

Durante o dia 3 de março, fala-se sobre cultura, política, youtubers e jornalismo. Há também exposições de fotojornalismo e infografia que mostram alguns trabalhos que foram realizados durante os 28 anos de existência do “Público” – celebrados na próxima segunda-feira.

Os assinantes do jornal podem ainda fazer provas de vinho, assistir a um showcooking do Médio Oriente ou a um fotoconcerto de Pedro Abrunhosa.

O diretor executivo do jornal explica que a ideia deste concerto ilustrado “foi tentar desafiar o Pedro Abrunhosa para fazer um alinhamento que não fosse apenas uma sucessão de músicas do seu repertório, dos seus êxitos, mas sim fazer com que ele escolhesse esse alinhamento, em função de uma série de fotografias da autoria de fotojornalistas do ‘Público’”.

“Os jornais têm de ser redações abertas por onde entram os leitores”

A encerrar o evento, os fundadores juntam-se ao atual diretor do jornal, David Dinis, no painel “‘Público’: passado e futuro”, para contar como foi “a aventura de fazer um jornal como o ‘Público’ em 1990”.

Mas este não é apenas um dia de conferências e atividades diversificadas, sublinha Amílcar Correia: “trata-se de um dia para ouvir os leitores, para escutar o que eles têm para nos dizer, o que eles acham do trabalho que nós fazemos”.

“Os jornais têm de ser redações abertas por onde entram os leitores, precisam de ter as janelas abertas para que entre o mundo que está no exterior. Os jornais não podem estar fechados, barricados na sociedade, com medo que sejam ultrapassados por outras formas de distribuição, pela evolução da tecnologia ou por mudanças de hábito das pessoas”, conclui.

O Festival P arranca às 11h00 de sábado e prolonga-se até às 19h00. A entrada é gratuita – ainda que algumas atividades exclusivas para assinantes sejam pagas – mas implica uma inscrição prévia. O programa pode ser consultado aqui.

Artigo editado por Filipa Silva