Egiptologia ou engenharia aeroespacial estavam nos planos de Diana Quintal quando era pequena, mas quando começou a pensar mais seriamente na resposta à pergunta “O que queres ser quando fores grande?” o design surgiu sem deixar margem para dúvidas.

A criadora relembra a primeira peça que criou, no oitavo ano. “Um dia [a mãe de um amigo] ia ter um jantar e precisava de algo para vestir. [Ela] Já tinha decido que ia levar uma saia. Então criámos um vestido com a saia já escolhida e, de um dos croquis [que Diana costumava desenhar por diversão], foi selecionada uma parte superior que tivesse equilíbrio com a parte inferior”, conta.

Loud Sweet Dreamy – L.S.D foi a primeira coleção de Diana Quintal. Foto: Cortesia Diana Quintal

De ilustrações de peças de roupa a uma marca, Diana Quintal criou a D\Backyard, no âmbito do concurso Bloom, para pessoas “independentes, irreverentes e outside the box”.

O Bloom é “o primeiro passo que é quase impossível de conseguir realizar sem a ajuda de uma grande plataforma”, defende a concorrente que trocou a Madeira por Castelo Branco para estudar design de moda e têxtil.

Foi na ESART – Escola Superior de Artes Aplicadas – que recebeu “os fundamentos necessários para trabalhar e as bases para o mercado”. A criadora considera que no curso “acaba por existir uma comunidade artística, com várias vertentes, no qual se trocam várias ideias e visões do mesmo”.

A coleção do Portugal Fashion

A ideia para esta coleção já estava guardada na gaveta há algum tempo: “Sempre quis utilizar como inspiração a guerra. Inicialmente tinha uma ideia abstrata do que queria seguir no sentido estético e conceptual”, mas esta ficou mais clara quando definiu como subtema a segunda guerra mundial.

Ainda que a temática seja o conflito, a coleção é “um manifesto anti-guerra para o mundo no contexto atual, uma espécie de uniforme para os soldados desconhecidos, os sonhadores”, revela a designer de 27 anos.

A silhueta em Unknown Soldier é feminina e ganha forma a partir do uniforme militar. “A sua forma rígida, a sua seriedade, funcionalidade e autoridade é colocada em causa e renasce com leveza”.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro

Artigo corrigido às 11h07 do dia 17 de março. O primeiro coordenado de Diana Quintal foi para a mãe de um amigo seu vestir num jantar e não para a própria, como erradamente se referia.