Desde 2012 que o Dia Internacional da Felicidade é celebrado a 20 de março. Seis anos depois, o JPN foi à procura dos ingredientes para descobrir a receita para a felicidade.

Ser feliz é diferente de estar feliz. Temos todos momentos de alegria: ver o pôr de sol, uma ida ao cinema ou um jantar no nosso restaurante preferido. Ninguém pode negar a satisfação nesses momentos. Só seremos felizes assim? O cliché de que a felicidade está nas coisas mais pequenas é comprovado pela Doutora Adelaide Oliva Telles, psicóloga clínica da saúde e psicoterapeuta na Universidade do Porto.

Em conversa com o JPN, a profissional de saúde explica que ser feliz é mais do que um momento: “A felicidade é holística, como um todo, em que as áreas física, psicológica e comportamental formam um todo, em que todos se influenciam e o todo resultante é mais do que a soma das partes”.

Apesar disso, os portugueses são conhecidos por serem um povo melancólico, onde o “mais ou menos” é a expressão de ordem. Adelaide Oliva Telles afirma que “existe um culto socialmente construído de seriedade” na sociedade portuguesa.

Na falta de uma receita infalível, seguem-se alguns hábitos que a psicóloga considera que devem ser adotados para ter um dia a dia mais feliz.

1) Alimente-se de forma saudável e equilibrada

Segundo Adelaide Oliva Telles, a alimentação é muito importante: “Devemos comer várias vezes ao dia, ingerindo alimentos que ajudem a manter a energia física e psicológica ao longo do dia.”

2) Pratique exercício físico regularmente

Praticar mais atividade física do que o costume pode influenciar de forma positiva o quão satisfeita uma pessoa se sente com a vida. “Faça exercício físico regularmente para se manter em forma e tire daí o relaxamento fundamental para a sua vida psicológica”, diz a psicóloga.

3) Mais horas de sono fazem a diferença

Adelaide Oliva Telles defende que “dormir é bom e faz bem”. Horas de sono são imprescindíveis para a saúde física e mental. Os conselhos da profissional passam pela criação de um bom ambiente físico para dormir. Oito horas é o mínimo exigido para ter um dia produtivo.

4) Não se feche em casa

É importante encontrar sempre no seu dia a dia momentos de lazer para partilhar e conviver. “Atualize-se, esteja a par do que se passa em seu redor. Faça aquilo que gosta mais.”, aconselha a psicóloga.

5) Conheça o mundo

“Aproxime-se da literatura e discuta com os seus amigos sobre áreas que lhe dão prazer”, sugere a psicóloga. Conheça o mundo através de livros, dos seus amigos e, se é um amante de viagens, procure o aeroporto mais perto.

6) Saia da sua zona de conforto

De acordo com Adelaide Oliva Telles, um dos segredos para a felicidade é explorar a vida. Esqueça a ideia de que é “pé de chumbo” e aprenda a dançar. Ou então, aprenda técnicas de jardinagem e crie o seu próprio jardim, mesmo que seja só na sua janela.

7) Dê aos outros sem receber

Dedique algum tempo a atividades de voluntariado ou em benefício do outro, como distribuir comida aos mais carenciados ou limpar uma floresta. Para a psicóloga, “partilhar é receber em dobro”.

8) Organização é a chave

A profissional de psicologia acredita que uma boa gestão do tempo é a base para uma vida mais tranquila. A felicidade depende em grande parte da forma como ocupamos o tempo. É importante definir prioridades.

9) Os sonhos movem as pessoas

Nunca se esqueça de sonhar. No entanto, é importante “estabelecer metas e planos realistas e realizáveis”, recomenda Adelaide Oliva Telles. A melhor forma é planear e realizar ações concretas para se aproximar da meta final com ações diárias.

Estas técnicas nunca poderão resultar se não forem acompanhadas de mudanças de pensamento. As transformações consistem em relativizar os problemas, abstrair-se das redes sociais e contrariar o negativismo presente na sociedade atual: “Pratique o foco «aqui e agora» e o desligar do stress do mundo lá fora”, remata a psicóloga dos SASUP.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro

Este artigo integra uma edição especial preparada sob a coordenação editorial de Joana Beleza aquando da sua passagem pela redação do JPN como Editora por um Dia