O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup) convocou para esta sexta-feira várias manifestações pelo país contra o não pagamento das progressões aos professores universitários, aprovado pelo Orçamento do Estado para 2018.

Frente à Reitoria da Universidade do Porto (U.Porto), junto à Praça dos Leões, onze docentes de diferentes faculdades da universidade manifestaram-se. Paulo Jorge Santos, membro do SNESup e professor na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), explicou ao JPN que “estão a contestar o facto de não se cumprir a lei” e afirmou que “os salários já deviam estar atualizados”.

Paulo Jorge Santos comparou o atraso no pagamento das progressões por parte da U.Porto com o Instituto Politécnico do Porto (P.Porto), “que já procedeu à atualização do vencimento dos docentes”.

A atualização do valor dos salários dos professores da Universidade do Porto continua por cumprir, porque, segundo a instituição, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) ainda aguarda um parecer sobre a matéria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

O gabinete de comunicação da Reitoria da U.Porto explicou ao JPN que “assim que seja dado o parecer do Ministério [da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior], o pagamento será feito com retroativos, a partir do dia 1 de janeiro”.

O presidente do SNESup, Gonçalo Velho, considera que o pedido do CRUP é “uma chantagem incompreensível”. O dirigente sindical frisou que “quando foi para cortar salários o Conselho de Reitores não hesitou” e contestou que “quando é para repor salários, o Conselho de Reitores diz que tem várias dúvidas”.

O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior vê a questão como “uma desculpa de mau pagador”.

O dirigente sindical deu conta de várias manifestações por todo o país, inclusive algumas no Porto com maior adesão do que na Reitoria da U.Porto, como é o caso “da Faculdade de Farmácia [da Universidade do Porto], que teve cerca de 30 pessoas”, garantiu.

Uma greve dos professores universitários ainda não está em cima da mesa depois das manifestações desta sexta-feira, “porque o sindicato é conhecido por fazer contestação de forma original”, mas Gonçalo Velho acrescentou que estão previstas “ações judiciais contra algumas universidades e institutos politécnicos”.