No Dia Nacional do Dador que se assinala esta terça-feira, dia 27, o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) apela à dádiva de sangue mais raro (A e O negativo) e plaquetas. O IPO-Porto organizou uma colheita que decorre durante toda a semana entre as 8h30 e as 19h00, e ao sábado, das 8h30 às 12h30.

Luísa Lopes dos Santos, diretora do Serviço de Imunohemoterapia do IPO-Porto, explicou ao JPN que a falta de sangue não é preocupante: “A falta não é aflitiva. Pontualmente há decréscimo nas dádivas, mas felizmente os dadores têm sempre respondido aos apelos e temos conseguido satisfazer as necessidades dos doentes”.

Apesar de haver mais doentes nos grupos A e O positivo – e, por isso, mais gasto destes tipos de sangue – são os tipos A e O negativo que mais fazem falta, uma vez que há “discrepância entre os doentes que estão a consumir e os dadores”, afirma Luísa Lopes dos Santos.

A diretora do Serviço de Imunohemoterapia aponta alguns motivos para a falta de dadores: “A disponibilidade das pessoas em sair dos seus empregos, os gastos com transportes e, principalmente, a falta de campanhas de sensibilização para a educação na saúde, para as pessoas mais jovens. Às vezes não lembra dar sangue”.

Ainda assim, o número de dadores aumentou no primeiro trimestre deste ano, em relação ao primeiro trimestre do ano passado: “Em período homólogo temos mais dadores de primeira vez, que duplicaram face ao mesmo período do ano passado”, afirma Luísa Lopes dos Santos.

Em 2017, o IPO-Porto recebeu 9.381 dádivas, mais 1.497 do que em 2016. Destes dadores,  2.310 participaram em colheitas duas ou mais vezes por ano.

Mas o que leva as pessoas a doar sangue? Luísa Lopes dos Santos acredita que é essencialmente o “exercer de um ato solidário, de voluntariado. O país decidiu isentar os dadores de taxas moderadoras, o que também é uma vantagem. O resto é principalmente a satisfação e eu acho que a maioria dos cidadãos dão porque estão atrás do ato solidário”, remata.

Artigo editado por Sara Beatriz Monteiro